BLOG APS – 02/03/2013
A HISTÓRIA: Na década de
1940, nos Estados Unidos, um fazendeiro chamado Ed Gein matou várias pessoas da
região em que morava com requintes de crueldade. Quando a polícia finalmente o
prendeu, descobriu pedaços de corpos por todas as partes da casa. E o mais
impressionante: o corpo da mãe de Ed estava “guardado” em um dos cômodos da
casa.
Você percebeu algo “familiar”
na história? Se sim, você deve ser fã de filmes de terror, ou pelo menos deve
ter tido curiosidade em assistir algum. Afinal, o “Caso Ed Gein” inspirou pelo
menos três produções cinematográficas: “Psicose”, “O Massacre da Serra Elétrica”
e “O Silêncio dos Inocentes”.
Das três obras citadas,
tirando o fato da motosserra, a que mais se aproxima da história real é “O
Massacre da Serra Elétrica”, porém, a que talvez tenha causado mais espanto e
feito mais sucesso (também pelo fato de ter sido a primeira a retratar o caso)
foi “Psicose”.
O filme ‘Hitchcock’ conta exatamente como foram
as filmagens e os segredos por trás da produção considerada hoje um clássico do
cinema universal.
A relação de Alfred com
sua esposa Alma, com as atrizes Janet Leigh e Vera Milles, com os acionistas da
Paramount entre outros envolvidos nas filmagens.
Tudo começa quando, no
lançamento do filme ‘Intriga Internacional’, um repórter, após elogiar o
trabalho de Hitchcock, o pergunta se não seria melhor que o diretor (já com
sessenta anos de idade) encerrasse a carreira no auge da fama.
Disposto a mostrar ao
mundo que ele ainda não tinha feito seu melhor filme, Alfred Hitchcock se lança
numa desenfreada busca por ideias para seu novo trabalho.
Certo dia, lê uma nota em
um jornal que faz referências a um livro que tem incomodado a sociedade: “Psicose”
de Robert Bloch, conta a história de um assassino psicótico que cuida de um
hotel. O livro fora inspirado em um caso real, ocorrido na década de 1940, em
que um fazendeiro matara várias pessoas e reutilizara partes dos corpos para os
mais diversos fins.
Impressionado com a
história, Alfred lê o livro rapidamente e procura saber tudo sobre Ed Gein.
Apresenta então o projeto ao estúdio Paramount que o rejeita sumariamente.
Após um acordo em que
concorda ele mesmo financiar o filme, começam as filmagens que têm um clima bem
conturbado.
Medo de traição, problemas
de saúde e muita tensão psicológica dão o tom.
Após o término das
filmagens, mais um problema: O estúdio não vai estrear o filme em mais que
quatro salas. Uma campanha de marketing pesada de Alfred faz com que as pessoas
procurem desesperadamente os ingressos para o filme e, o resultado, é o já conhecido:
Psicose se transforma no maior filme da carreira de Alfred Hitchcock e num dos
grandes clássicos do cinema de terror.
Com uma boa atuação dos
atores, o filme “Hitchcock” reconta todos esses detalhes e segredos misturando
realidade e ficção. Ao fim, uma brincadeira fará os fãs pensarem no próximo
grande sucesso de Hitchcock (não vou falar o nome aqui, você tem que ver o
filme e tentar “adivinhar”)...
Enfim, “Hitchcock”
consegue mostrar uma visão humana de Alfred como seus medos, suas manias e,
porque não dizer, suas ‘psicoses’. Faz justiça também ao caso real de Ed Gein,
ao livro de Robert Bloch, ao relacionamento turbulento, mas fiel, de Alfred e
Alma. Não deixa de fora os cãezinhos do casal, tão importantes para Alfred que
deram nome à produtora aberta pelo diretor.
O filme também faz questão
de mostrar como foram as filmagens das cenas mais marcantes (como a clássica
cena do chuveiro, da escadaria e a revelação final).
O único ponto baixo do
filme é que, em nenhum momento sequer, é mostrada uma única cena do filme
original. É uma pena. Mas o filme em si, vale ser visto e revisto inúmeras vezes.
CURIOSIDADES: “Psicose”, “O
Massacre da Serra Elétrica” e “O Silêncio dos Inocentes” foram baseados na
história de “Ed Gein”, assassino real que aterrorizou uma cidadezinha americana
nos anos 40.
Robert Bloch escreveu um
livro, intitulado ‘Psicose’, baseado no assassino Ed Gein, que serviu de base
para Alfred Hitchcock filmar sua obra prima.
O livro foi mal visto pela
crítica por ser “sanguinolento demais”. O filme também foi duramente criticado,
mas, após sua estreia, tornou-se um clássico imediato.
Duras críticas também
receberam seus sucessores: “O Massacre da Serra Elétrica” e “O Silêncio dos
Inocentes”. Assim como “Psicose”, foram considerados “pesados, sanguinários e
impróprios”. Todos viraram clássicos do cinema.
A MALDIÇÃO DAS
CONTINUAÇÕES E REFILMAGENS: As três obras (Psicose, O Masscre e O Silêncio)
ganharam continuações e até refilmagens. Se os originais foram bem recebidos
pelo público, o mesmo não ocorreu com as sequências e remakes. Nenhuma alcançou
o mesmo sucesso e algumas caíram no esquecimento.
Em 1990, Stephen Rebello
escreveu o livro “Alfred Hitchcock e os bastidores de Psicose”. O livro
inspirou o filme “Hitchcok” lançado nos Estados Unidos nos fim de 2012 e no
Brasil, agora em 2013.
Curiosidade sinistra: Na
data de lançamento de Psicose, em 1960, a Paramount reservou apenas quatro
salas de cinema para exibir o filme.
Na estreia de Hitchock, no
dia 1º/03/2013, em Belo Horizonte, Minas Gerais, apenas quatro salas exibiram o
filme...
Antônio Pedro de Souza