sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Thiago Cazado vem a Belo Horizonte e faz revelações oficiais sobre o ‘Andar 43’



Diretor, roteirista e ator da peça que estreia em BH conta detalhes da produção e adianta planos para 2016


           O diretor da peça “Relatos Não Oficiais Sobre o Andar 43”, que estreia em Belo Horizonte neste fim de semana, concedeu uma entrevista ao blog APS e acabou fazendo algumas revelações dignas de nota, tanto sobre o espetáculo, quanto sobre os projetos do grupo Teatro Express, do qual é sócio. Thiago Cazado, além de diretor, é o roteirista e um dos atores de Relatos...

            A peça aborda um relacionamento que começa quase que acidentalmente: dois homens que trabalham em um importante laboratório de remédios são chamados para o lendário andar 43, em que se concentra a diretoria da empresa. Coincidentemente, eles pegam o mesmo elevador e, no meio do trajeto, há uma queda de energia... a partir daí, surge uma empatia entre os dois personagens que extrapola o lado profissional.

           Thiago conta que a concepção para a peça surgiu intuitivamente: “Eu sou intuitivo neste quesito, não sou muito cerebral. Mas o fato da história confrontar uma repressão que vai de encontro ao detrimento da liberdade individual dos personagens, se deu junto às observações que eu fiz no momento das manifestações, em que muitas pessoas defendiam coisas como a volta do golpe militar. A peça não é inspirada nisso, mas eu me lembro de escrever com mais força em reação a estes acontecimentos.” Cazado também ressaltou que procurava algo novo para compor o cenário e o enredo, foi então que veio a ideia do elevador: “Eu achei interessante também contar uma história no teatro que se passasse durante 1h dentro de um elevador, um espaço pequeno de 2m². Foi divertido encontrar as soluções de narrativa e cênicas para isto.” Sobre os personagens, o diretor disse que eles precisavam ser verídicos. Pessoas com quem o público pudesse se envolver, se reconhecer: “Os personagens foram buscados pensando em não rotulá-los, não encaixá-los em tipos óbvios. Procurei encontrar personagens muito humanos, naturais e surpreendentes, como somos todos.”

            A peça estreou em Brasília com grande repercussão, já que trata de um tema que ainda é considerado tabu para grande parte da sociedade. Thiago falou um pouco sobre a polêmica causada pela obra e a reação do público perante algumas cenas, bem como os motivos de tais cenas terem sido criadas: “Há cenas de insinuação sexual e há cenas violentas também. Talvez sejam as mais polêmicas porque optamos por fazer algo honesto, sem proteger, sem maquiar. Mas há um sentido para elas estarem ali. No início, há aquele susto por estar acontecendo, ao vivo, cenas que não são tão comuns de serem vistas no teatro. Mas depois acredito que o público "esquece" que estamos sem roupa, por exemplo. As pessoas não estão indo embora resumindo a peça ao nu. Antes disso, as pessoas saem transformadas e emocionadas. Até o momento, tivemos apenas retorno positivo.”

            Perguntado sobre como consegue conciliar funções tão distintas dentro do projeto (Thiago é o diretor, roteirista e ator da peça), Cazado responde que tenta transformar estas três funções em uma unidade que lhe seja favorável. Segundo ele, por serem departamentos diferentes, ele costuma “ligar” e “desligar” uma chave mental para cada momento. O maior desafio é na hora de atuar, já que ele contracena com o colega, Joheber Duarte. Neste momento, ele diz que é difícil esquecer que não está dirigindo Joheber e, sim, atuando com ele: “Quando estou atuando, procuro não pensar. Quem pensa, é o personagem. Então eu combino comigo mesmo de esquecer que fui eu quem escreveu e dirigiu a peça. É esquizofrênico (risos).” Cazado ressalta que, nesta hora, a colaboração da equipe é fundamental e, à medida que a peça vai sendo encenada ele, juntamente com a equipe, altera o que não deu certo e mantém o que deu certo para as próximas sessões.

Fotos de divulgação:
Marcus Valdetaro
            Depois da capital federal e da capital de Minas Gerais, Relatos não oficiais sobre o andar 43 vai para Juiz de Fora e, de lá, segue para o Rio de Janeiro. Thiago Cazado diz que, para 2016, já há um planejamento de se passar por 16 capitais. Como o grupo Teatro Express é formado por outros dois sócios artistas, provavelmente a empresa apresentará outros títulos no decorrer do próximo ano. Cazado, no entanto, se dedicará quase que exclusivamente ao Andar 43: “Eu ficarei cuidando apenas de Relatos até o fim de 2016. Vou dar uma pausa apenas para as Olímpiadas, que não tem como competir (risos), e para gravar um longa-metragem que estou produzindo com a MACA Filmes.”

            Relatos não oficias sobre o andar 43 fica em cartaz neste fim de semana, no Teatro Sesi Holcim (Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia – Belo Horizonte). No sábado, 14, a peça será apresentada às 19h e às 21h. Já no domingo, a encenação ocorre às 17h e às 19h. A entrada custa R$50,00 (inteira) e R$25,00 (meia). Por conter cenas de nudez e insinuação sexual, a peça recebeu classificação indicativa de 18 anos.


Assista abaixo à cena de divulgação da peça Relatos não oficiais sobre o andar 43: