domingo, 10 de abril de 2016

Um ano depois... minha história no Grupo Balo de Comunicação


Capítulo Primeiro: Como uma “trombada” no corredor me levou para o atual posto de “sub-pré-assessor de imprensa”

Completo neste domingo um ano de trabalho no Grupo Balo de Comunicação. Nesses 365 dias foram diversos eventos, viagens, fotos, vídeos, clippings, relatórios, releases, chamadas telefônicas, cafés, sucos, pães e outras infinidades de acontecimentos... mas como tudo começou? Obviamente, não foi há apenas um ano.
Uma lembrança do Ensino Médio: começava ali o "Grupo dos Malucos"

Quando me formei no Ensino Médio, em dezembro de 2006, minha grande preocupação era: entrar na faculdade, começar a trabalhar e não entrar para o Exército. Embora a carreira militar fosse tentadora e me oferece diversas opções futuras, não conseguia me imaginar nas forças armadas. Já tinha minha vida pré-planejada: faculdade e trabalho nos próximos anos. Inicialmente, as coisas não saíram como planejado. Minha primeira prova do Enem não me deu boa pontuação (foi algo próximo de 63%) e eu não fora aprovado no vestibular da UFMG. Em janeiro, tentaria o vestibular da UNIPAC, mas ele fora cancelado por falta de inscritos! Durante a Novena de São Sebastião, na igreja do meu bairro, o colega Thiago Paschoal me indicou o curso pré-vestibular da associação Pré-UFMG. Fiz minha inscrição e comecei os estudos na última semana de janeiro.
Em março de 2007 completei dezoito anos e, seguindo a sugestão da grande amiga Luciana Alves, levei meu currículo para a agência de empregos Tradição, à época localizada na rua Guajajaras, esquina com avenida Amazonas. Tive que ir ao lugar três vezes mas, da terceira, consegui deixar o currículo. Quase não acreditei quando a recepcionista disse que “havia uma entrevista para o dia seguinte”, uma quinta-feira, às 9h30. Ela me disse que era para trabalhar na Contax e eu aceitei na hora! Só na calçada é que me dei conta de que não sabia exatamente do que se tratava o emprego. Voltei à recepção e perguntei do que se tratava a vaga. “É para atender o 103 da Telemar” – disse a recepcionista. Agradeci e saí do lugar sorrindo e lembrando de uma antiga “profecia” que eu havia feito. Quando criança, em uma viagem ao Ceará, brincando com meu primo sobre os tamanhos de nossas orelhas eu disse que, quando crescesse, “alugaria o meu orelhão para alguma empresa de telefonia”. O destino começava a se cumprir.
Passado o período de entrevistas e testes fui aprovado e considerado apto para o treinamento. Já estávamos em abril de 2007. Saía de casa, em Vespasiano, às 6h. O treinamento começava às 7h30 na Faculdade Metropolitana, na avenida Augusto de Lima, próximo à esquina com a avenida do Contorno e terminava às 17h. Após sair do treinamento ia para o curso pré-vestibular que começava às 19h e terminava às 22h (22h30 às terças-feiras).
No dia 26 de abril daquele ano, ao chegar ao curso, um stand da Faculdade Pitágoras fazia inscrições para o vestibular da instituição. Peguei um panfleto e fui para a sala de aula. No dia seguinte, uma sexta-feira, estava no treinamento quando, conversando com uma colega, vi que talvez fosse uma boa oportunidade tentar o vestibular da faculdade Pitágoras. Liguei para a central de atendimento da instituição e fui informado que as inscrições seriam encerradas às 17h daquela sexta e a prova já seria no sábado, às 14h. Para alunos da Associação Pré-UFMG, a taxa de inscrição era de R$10.
Como o horário do almoço já estava no fim, conversei com o instrutor e pedi autorização para sair às 15h30, fazer a inscrição e voltar para o treinamento. Autorização concedida, saí da Faculdade Metropolitana e corri para a Faculdade Pitágoras. Nunca corri tanto em toda a minha vida. Percorri quase toda a extensão da rua dos Guajajaras vendo as construções como um “vulto”. Cheguei ao Pitágoras quase arrastando a língua no chão, sem fôlego. O segurança da recepção me encaminhou para o setor de inscrições e, só então, me dei conta de que não havia feito nenhum estudo intensivo para aquela prova. Não sabia nem se seria cobrada uma leitura prévia ou algo do tipo. Ao preencher a ficha de inscrição, fiz algumas perguntas aos atendentes e fui informado de que não seria cobrada língua estrangeira nem leitura de obra literária para aquela avaliação. Perguntaram-me se, além de Letras, teria alguma segunda opção. Questionei se o curso de História era oferecido e, devido à negativa, disse que apenas Letras me interessava.
Saí, voltei para o treinamento e mais tarde, a caminho do curso, liguei para meus pais, afinal, os R$10 eram para colocar crédito no celular da minha mãe!
Aos sábados, o treinamento começava às 7h e acabava ao meio dia. Cheguei ao Pitágoras por volta das 13h e iniciei a prova no horário marcado. As questões haviam sido retiradas do ENEM 2006 (aquele em que consegui um aproveitamento de 63%).
Na segunda-feira, 30 de abril, tivemos um encontro na sede da Telemar, que àquela época ensaiava os primeiros passos para mudar definitivamente o nome para “Oi”. Cheguei em casa por volta das 16h e fui almoçar. Enquanto comia, o telefone tocou e um representante da faculdade me falou que, devido o número baixo de inscrições, a turma da tarde, do curso de Letras, não conseguira ser formada... (pensei, mais uma vez, no cancelamento do vestibular anterior e em como a história, tragicamente, se repetia)... mas, segundo o atendente, eu poderia escolher migrar para o turno da manhã ou escolher qualquer outro curso oferecido pela instituição. Foi então que me dei conta de que, se eu poderia escolher o curso e horário, significava que eu havia passado no vestibular! Foi uma explosão de alegria. Soltei o grito que havia estado preso na garganta desde dezembro do ano anterior.
Passado o feriado de 1º de maio, tratei de fazer minha matrícula na faculdade e encerrar minha matrícula no curso pré-vestibular. No dia 07 de maio, uma segunda-feira, às 7h30 da manhã, dava entrada na sala 217, mesma em que fiz a prova do vestibular, para meu primeiro dia de aula. Na terça-feira, 08 de maio, minha carteira era assinada e eu era encaminhado ao setor B2, na unidade Prado da Contax, onde passei a atender o “103” da Oi.
Algum tempo depois de entrar para a faculdade, tive meu primeiro contato com Heberton Lopes. Uma dessas coisas ao acaso. Ele cursava Jornalismo e, como os cursos eram ministrados no mesmo prédio, nos víamos sempre nos corredores, no xerox e na biblioteca, sem nos darmos conta, porém, da existência um do outro.
Pouco tempo depois, o Heberton foi contratado pelo setor de Comunicação do Pitágoras e uma de suas atribuições era fazer a cobertura fotográfica dos eventos do campus. E o curso de Letras fazia muitos eventos, entre saraus, exposições, apresentações e uma infinidade de coisas. E o Heberton sempre lá, fotografando e produzindo matérias para o Boletim da Faculdade, entre outros canais de comunicação. Lembro de ter tido uma das minhas “premonições” certa vez quando vi algumas fotos de um sarau promovido pela minha turma. Eu, amante de fotografias, mas um fotógrafo totalmente amador, fiquei impressionado pela qualidade das fotos feitas pelo Heberton e disse para mim mesmo: “um dia vou trabalhar com esse cara”. Assustei depois com tal observação e ri de mim mesmo, afinal, não o conhecia e nem tínhamos sido realmente apresentados.
Os primórdios da Cine Souza-Vídeo Locadora

O tempo passou e em 2009, quando montei a Cine Souza – Vídeo Locadora, lembro de passar pelo corredor da faculdade – nesta época já funcionando na rua Rio de Janeiro – e ver nas paredes alguns cartazes sobre classificação indicativa de filmes. Após algumas perguntas fui encaminhado ao Heberton (!) no restrito laboratório de Mac da instituição. Apresentei-me e disse que tinha uma videolocadora e que gostara da arte dos cartazes e gostaria de saber como poderia conseguir algum. Ele me disse que perguntaria aos seus superiores e me daria uma resposta. Tal resposta nunca veio, mas eu continuei acompanhando seu trabalho. Tinha alguma coisa nos textos e fotos que ele produzia que me deixavam bem interessado. Ele conseguia captar o momento certo em suas fotos e registrar com palavras momentos que outros simplesmente deixariam passar.
Meu último ano no Curso de Letras: nossa turma fez um protesto já que a direção da faculdade ameaçou cancelar o curso

Encerrei meu curso de Letras em dezembro de 2010 e comecei a dar aulas em fevereiro de 2011. Em maio, após a Colação de Grau, para não perder o contato com colegas da faculdade comecei uma caçada no Facebook. Entre uma busca e outra encontrei, entre alguns amigos comuns, a conta do Heberton. Pensei que ele não fosse me reconhecer, mas a solicitação de amizade foi aceita poucos minutos depois de enviada. Passamos a manter contato constante pelas redes sociais e eu passei a acompanhar seu trabalho como jornalista.
Parte da minha turma de Letras
Em 2012 tentei, por duas vezes, iniciar uma pós-gradução em Literatura mas, assim como o vestibular, as duas tentativas não foram adiante. Sempre um empecilho fazia com que o projeto tivesse que ser cancelado. Em novembro, depois da segunda tentativa de iniciar a pós ter falhado, desanimado, procurava em páginas na internet alguma opção para voltar a estudar em 2013. No site da Faculdade Pitágoras, encontrei as informações para o vestibular, que aconteceria em breve. Embora a instituição ainda não oferecesse os cursos de História e Cinema, duas paixões, havia a opção de Jornalismo, gênero pelo qual eu flertava desde a infância.
Antes de me inscrever no vestibular, porém, decidi procurar a opinião de alguém da área. Não conhecia ninguém na área. Ninguém, exceto o Heberton. Procurei nos contatos que eu tinha e descobri o número de telefone dele. Fiz a ligação. Era domingo, 17h. Ele atendeu ao terceiro toque:
- Heberton.
- Oi! Alô? É o jornalista Heberton Lopes?
- Sim.
- Oi! Olha... desculpe, eu sei que é domingo à tarde e você não vai lembrar de mim, mas... bom, meu nome é Antônio. Antônio Pedro de Souza. Nós somos amigos no Facebook e estudamos na Faculdade Pitágoras. Eu fazia Letras. Lembro de você nos eventos que minha turma fazia. Você sempre fotografava nossos eventos, enfim...
- Sim. Posso ajudá-lo?
- Bom... é que eu resolvi fazer uma nova faculdade ano que vem e gostaria de saber suas impressões sobre o curso de Jornalismo do Pitágoras. Sabe... eu gostei muito do ensino da instituição e gostaria de uma opinião sobre o curso e Jornalismo.
Heberton me disse que o curso era ótimo e o ensino de qualidade, além do suporte dos professores que ele disse receber mesmo após a formatura. Agradeci as informações, desliguei o telefone e me inscrevi para o vestibular.
No dia 1º de fevereiro de 2013, Heberton inaugurava o Grupo Balo de Comunicação. No dia 18, eu começava meus estudos no Curso de Jornalismo da Faculdade Pitágoras.
O ano de 2013 foi turbulento. A Copa do Mundo de Futebol que se aproximava velozmente, tornou-se um imbróglio na economia e na política do país. Movimentos contrários ao evento esportivo se intensificaram e pipocaram em manifestações por todo o país. Curiosamente, Heberton e eu tivemos algumas rusgas no Facebook sobre tais movimentos.
Minha viagem a Ouro Preto: descanso para o corpo e para a mente

Após a Copa das Confederações, aproveitando as férias da faculdade e da escola em que lecionava, viajei para Ouro Preto. Retornei a Vespasiano no dia em que o Clube Atlético Mineiro sagrou-se campeão da Copa Libertadores da América.
A mostra "Hitchcock é o Cinema" promovida pelo Cine Humberto Mauro

Em agosto, enquanto iniciava o segundo período do curso de Jornalismo, o Cine Humberto Mauro exibiu a mostra “Hitchcock é o Cinema” com todos os filmes do Mestre do Suspense. Fazia parte da programação um curso intitulado “O Terror Psicológico de Alfred Hithcock”, ministrado em três dias. Pedi uma licença da escola e fiz o curso. Ao fim do terceiro dia, mais uma dessas loucas coincidências me aconteceram. Saindo do Palácio das Artes em plena hora do almoço parei em frente a um carrinho de pipocas e contei as moedas para ver se, além do lanche, poderia pagar a passagem de volta para casa. Era a conta! Peguei o pacote de pipoca e atravessei a avenida Afonso Pena. Não tinha levado três mãos de pipoca à boca quando, ao parar em um sinal de trânsito em frente o BH Othon Palace, vi uma criança no colo de uma mãe olhando para o meu lanche. Perguntei à mãe se poderia dar um pouco para o menino. Ela pareceu desconcertada, mas aceitou agradecida. Deixei o pacote inteiro com ela e atravessei a rua. Estava na metade da travessia quando uma voz chamou meu nome. Terminei de atravessar e olhei para trás: lá estava, parado centímetros atrás de mim, uma pessoa que, a princípio, não reconheci.
- Heberton. Lembra de mim?
Lembrei na hora, claro.
- Você está cursando Jornalismo, certo?
- Sim. Comecei o segundo período.
- Eu abri uma empresa de assessoria de imprensa. Você tem disponibilidade para fazer estágio?
Aquilo era um sonho. Segundo período, estágio na área, enfim... disse na hora que sim, eu teria disponibilidade.  
- Ótimo. Vamos mantendo contato. Eu te aviso assim que a vaga se tornar realidade.
Sorri e entrei na igreja mais próxima para agradecer a Deus.
No fim daquele ano acompanhei as três edições do programa Repórter das Gerais, produzido pelo Heberton, enquanto esperava a vaga de estágio.
Em 2014 mantivemos contato via Facebook e, após a Copa do Mundo, pensei em desistir da faculdade de Jornalismo. O bom senso, a insistência da então coordenadora Lorenza Guimarães e as orações (fiquei sabendo mais tarde) de minha mãe, contribuíram para que eu não desistisse.
Em outubro, zapeando pelo Facebook, vi o chamado para um trabalho de divulgação do Cemitério Bosque da Esperança. O Heberton estava organizando a ação, em parceria com a também assessora Christina Lima, que eu ainda não conhecia. Acontece que eu sempre gostei de cemitérios e suas histórias e sempre tive um enorme interesse no Bosque da Esperança. Ele foi inclusive cenário de um romance policial que eu escrevi e nunca publiquei. Fiz minha inscrição e fui chamado. Fui um dos Anjos que participaram da campanha “O que você quer fazer antes de morrer?”. Durante a ação, o Heberton me entregou seu cartão e me disse para ligar para ele no começo da semana seguinte. Fiz a ligação e ele disse que estava muito ocupado, mas pediu que eu retornasse em uma semana.
Eu, como anjo do Cemitério Bosque da Esperança

A sexta-feira, 28 de novembro de 2014 foi marcada por um grande temporal que desabou sobre Belo Horizonte. Após sair do penúltimo dia da campanha do Bosque da Esperança, passei nas Lojas Americanas para aproveitar a liquidação da Black Friday, onde obtive dezenas de filmes por preços realmente baixos. Não fui à faculdade aquele dia e, no entanto, não cheguei cedo em casa. Dois dos ônibus que deveriam ter passado, simplesmente não chegaram ao Centro de Belo Horizonte. A chuva continuou e eu cheguei em casa depois da meia-noite cansado, molhado e com raiva do mundo. Não fiquei sabendo naquela noite que um dos meus ídolos da infância, Roberto Gomez Bolaños, havia morrido.
Chorei a morte do Chaves no sábado pela manhã enquanto me arrumava para o último dia da campanha. Ao encerramento, enquanto me dava uma carona, Heberton me convidou para um freelance em Juiz de Fora uma semana depois.
Na sexta-feira, 05 de dezembro, saímos de Belo Horizonte depois de acompanharmos uma pauta com a banda Sunga de Pano na BH News TV.
Em Juiz de Fora tive minha primeira experiência como assessor de imprensa, numa época em que ainda tinha dúvidas se “assessoria” era escrita com “S” ou “C”! Foi uma experiência tensa que me rendeu uma dor de estômago como nunca havia sentido antes, mas que me valeu muito o aprendizado. O evento era o Juiz de Fora Jazz Festival e eu tive que ficar boa parte da tarde sozinho, já que o Heberton estava acompanhando o cantor Arnaldo Antunes, que também faria show na cidade, sob a assessoria do Grupo Balo.
Foi nesta ocasião que conheci os jornalistas Vívia Lima e Rômulo Rosa, estudantes da Universidade Federal de Juiz de Fora e  que cobriam o festival.
O show de Arnaldo Antunes em Juiz de Fora

À noite, fomos ao show do Arnaldo Antunes. Estávamos muito cansados, mas, para mim, a apresentação foi sensacional. A música “Passe em Casa” tornou-se um dos temas da minha vida desde então.
No domingo, voltamos ao festival de jazz e na segunda-feira retornamos a Belo Horizonte. Enviei a matéria produzida para o Heberton e ele me pediu que o ligasse em uma semana.
Uma semana depois eu liguei e recebi a resposta de que, em breve, surgiria uma vaga de estágio e eu poderia me candidatar. Recebi também um convite para trabalhar no carnaval.
O ano de 2015 começou com grandes mudanças em minha vida profissional. Pela primeira vez desde que começara a dar aulas, fui transferido de escola: “ano-novo, vida nova.” A viagem para o carnaval acabou não acontecendo e a vaga para o estágio acabou não saindo. Pelo menos até abril.
O dia 10 de abril tornou-se icônico para minha vida profissional. Pela manhã, ao chegar à escola, fui informado de que uma mãe esperava para falar comigo. Ela reclamava de um livro que eu havia pedido para os alunos lerem. Eu havia explicado que eles precisavam ler a obra para um trabalho e a prova bimestral, mas que não precisavam, necessariamente, comprar o livro. Dei várias opções como empréstimos em bibliotecas públicas e até o download em alguns sites, já que o livro em questão – Alice no País das Maravilhas – já caíra em domínio público. A mãe, no entanto, não aceitava a ideia do filho ter que ler a obra e pela primeira – e única vez – recebi o apoio da direção da escola, que ajudou-me a convencer a mãe da importância da leitura daquele livro para o seu filho. Fui para a sala de aula com uma sensação boa de que o meu trabalho como professor estava sendo cumprido da melhor maneira possível. Pouco antes das 9h, meu celular tocou.
Não podia atendê-lo na frente dos alunos. Depois de passar um exercício no quadro, sentei-me à minha mesa e olhei no visor: “Chamada de Heberton Lopes”. Nunca os dez minutos que me separavam do recreio demoraram tanto a passar. Assim que tocou o sinal voei escada abaixo já com o celular no ouvido. A voz do outro lado atendeu.
- Heberton!
- Bom dia, Heberton. É o Antônio. Você me ligou?
- Oi, Antônio! Desculpe, eu esqueci que você dá aulas pela manhã.
- Sem problemas, estou no intervalo agora.
- Seguinte... como está a sua vida?
- Uma bagunça. – Não menti.
- Em que sentido?
Queria dizer “em todos”. Mas resumi:
- Principalmente no aspecto financeiro. – e ri.
- Bom, está assim pra todo mundo, mas em relação a tempo? Como estão as suas tardes?
- Livres.
- Sabe aquela vaga de estágio que eu tanto falei? Pois é. Surgiu. Você tem interesse?
Se eu tinha interesse? Toda a história narrada até aqui passou pela minha mente em uma fração de segundo. Só consegui dizer:
- Sim.
- Ótimo. E você pode começar hoje?
Era informação demais para ser processada em um intervalo de escola. Mais uma vez a resposta veio em uma monossílaba:
- Sim.
- Ótimo. Pode começar hoje, às 13h.
Desliguei o telefone e liguei para casa. Eu não estava preparado para começar a trabalhar em um escritório logo depois da aula. Mentalmente, tracei um plano que, assim como os do Cebolinha, dos gibis de Maurício de Sousa, seria “infalível”. E realmente foi, por cerca de 55 minutos.
Meu plano era o seguinte: eu sairia da escola às 11h30. Por ser sexta-feira, um amigo me daria carona até o bairro próximo à minha casa, de modo que eu chegaria ao meio-dia em casa. Almoçaria, tomaria um banho, deixaria os materiais da escola em casa e meu pai me levaria até o escritório. Era o plano perfeito, mas como eu disse, durou 55 minutos. Isso porque, entre o penúltimo e o último horário, meu telefone tocou novamente. Era o Heberton de novo.
- Antônio, desculpe mais uma vez te incomodar na escola, mas é que surgiu uma pauta ao vivo na feira MinasTchê e eu não vou poder te esperar no escritório. Vamos fazer o seguinte: você me passa o endereço da escola e eu te busco aí.
- Se você quiser, posso esperá-lo próximo à Cidade Administrativa.
- Pode ser então.
- Ótimo.
Não conseguia acreditar: meu primeiro dia de trabalho no Grupo Balo de Comunicação já começaria com uma correria “daquelas”. Liguei para casa desmarcando tudo o que havia marcado e peguei a carona com o colega da escola até a Cidade Administrativa. Minutos depois, o Heberton encostou o carro e me deu o uniforme da empresa.
Minha primeira experiência como contratado do Grupo Balo foi na feira MinasTchê. Um vivo para a TV Record. Naquele dia, tive o prazer de conhecer o jornalista Renato Soares, falecido este ano.
Após a feira, rodei com o Heberton por Belo Horizonte para resolver alguns assuntos do escritório. Terminamos o dia acompanhando o cantor Hugo Canuto na BHNews TV. De lá, Heberton me deu carona para a faculdade.

Na segunda-feira seguinte, conheci o escritório em Santa Luzia e o jornalista Felipe de Jesus. Foi minha primeira experiência com clipping e release. A partir daí, o trabalho se intensificou e se diversificou. Vieram mais viagens, mais pautas, coberturas, e uma infinidade de experiências que me fizeram chegar a este primeiro ano de trabalho como estagiário. Mas isso são outras histórias que eu contarei nos próximos domingos...
Dias depois de começar a trabalhar diariamente no escritório, minha primeira "Foto Oficial".

Camarote Sense acerta ao levar Las Vegas para o Villa Mix

A entrada do Camarote Sense convidava o público a uma inesquecível viagem por Las Vegas

Espaço voltado para o público GLS se destacou no festival sertanejo

O Camarote Sense marcou presença pelo segundo ano consecutivo dentro do Villa Mix Festival, ocorrido no último fim de semana. Trazendo como tema a cidade americana de Las Vegas, o espaço voltado para o público GLS caprichou na decoração e nas atrações exclusivas.
A banda Up n' Go abriu o evento pouco antes das 16h

Subiram ao palco a banda Up n’ Go e Banda do Marcão que agitaram o público antes e no intervalo do primeiro show do palco principal, respectivamente.
Cartas de baralho e fichas de pôquer pendiam do teto, além de luzes brancas e vermelhos que davam o tom dos famosos cassinos americanos. Um pequena “capela” foi montada para celebrar “casamentos”. Para o produtor do camarote, Victor Araújo, a ideia surgiu depois de diversas pesquisas sobre a cidade. “Lá é comum as pessoas ‘fugirem’ para se casarem, muitas vezes, escondidas. Las Vegas tem muitas igrejinhas para celebrar esses casamentos rápidos”.
O "padre" Rodrigo Santos "celebrou" casamentos na "capelinha" do Camarote

Quem abriu a fila de casamentos foi o biomédico Romário Brito, que “casou” com o representante de vendas Lucas Gonçalves. O passo foi seguido por dezenas de outros casais durante o evento. Quem “celebrava” as uniões era o “padre” Rodrigo Santos. Músico e ator, ele foi contratado por Victor para comandar a brincadeira.