segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Memorial Vale Minas Gerais abre edital para artistas iniciantes

Inscrições podem ser feitas até 13 de dezembro


Artistas plásticos em início de carreira fiquem atentos para o edital que o Memorial Minas Gerais Vale acaba de abrir, para exibir trabalhos nas galerias internas do espaço, que fica na Praça da Liberdade. Entre os critérios de seleção está o de ser iniciante, com atuação a partir de 2008. Os artistas podem se inscrever individualmente ou em grupo, com propostas inéditas em pintura, desenho, vídeo, instalações e fotografias ou em qualquer outro suporte, formato ou linguagem. Os selecionados receberão prêmio de R$ 7 mil, além da cobertura de custos com transporte das obras dentro do Estado, montagem, divulgação e atividades de apoio. As inscrições devem ser feitas até o dia 17 de dezembro no endereço www.editalmemorialvale.com. Desde o primeiro edital de ocupação do museu, em 2013, 20 exposições já foram contempladas pelo projeto. 
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Foto: Sérgio Santos por Paulo Santos

"Terra Prometida" mostra realidade de presídios brasileiros


Exposição de Rodrigo Albert entra em cartaz no dia 6/12 na PQNA Galeria do Palácio das Artes
A Fundação Clóvis Salgado inaugura a exposição Terra Prometida com obras do escultor e fotógrafo mineiro Rodrigo Albert, com curadoria do artista e pesquisador Divino Sobral. Temas como religião, fé e cativeiro estão retratados em fotografias, vídeo e esculturas. A mostra, que foi apresentada pela primeira vez na cidade de Veracruz, no México, é um giro documental em torno de relatos desumanos presentes nos cenários de vigilância, cerceamento e castigo do espaço carcerário. O trabalho do artista retrata a realidade das prisões brasileiras entre 2002 e 2010, e foi sendo completado até 2015 nas prisões mexicanas. O público poderá conferir a exposição entre 6/12/2018 (quinta-feira) e 3/2/2019 (domingo) na PQNA Galeria Pedro Moraleida (Avenida Afonso Pena, 1537, Centro - Belo Horizonte). A galeria fica aberta de terça-feira a sábado, das 9h às 21h e aos domingos, das 16h às 21h. Não há expediente às segundas-feiras. A entrada é gratuita e a classificação é livre.
O título da exposição, Terra Prometida, contém toda a significação do trabalho de Albert. Sobral explica que “o presídio é local onde a terra prometida adquire sentido na liberdade pós-pena. E é assim, da condenação à libertação, que Albert registra ambientes do sistema penitenciário, realizando um trabalho de fôlego e de coragem”. Além disso, a especificidade da PQNA Galeria Pedro Moraleira, que é um corredor formado de um lado por nichos e de outro por vidro, foi encarada como “arquitetura de celas”. Cada nicho será sinalizado como uma cela de prisão, no intuito de potencializar as ideias de cerceamento e de liberdade.
O artista despertou seu interesse pela realidade dos cárceres após ser convidado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais para observar a vida de habitantes dos “cárceres de portas abertas”, modelo implantado no país nos anos 1970 em resposta às constantes rebeliões no presídio de São José dos Campos (SP). Chamados Centros de Reintegração Social, são apoiados pela Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC), e hoje somam mais 100 por todo o Brasil e em diversos países. “Visitei os centros de Itaúna, Nova Lima e Santa Luzia como voluntário – mas dei início ao projeto fotográfico em Itaúna, registrando o dia-a-dia dos internos, destacando aspectos como a religião, a transformação humanitária e a reinvenção do cotidiano”, conta Albert.
Envolvido com fotografia desde quatorze anos de idade, Albert é um dos nomes que despontou na cena fotográfica mineira no primeiro decênio do século XXI. No entanto, segundo Divino Sobral, a obra do artista ainda aguarda maior espaço nas instituições artísticas brasileiras devido ao seu afastamento do circuito nacional por dez anos, período em que viveu na França e no México. “O trabalho singular de Albert encorpa de maneira significativa a tradição ética da arte brasileira, comprometida com a reflexão sobre a condição indigente da sociedade, marcada historicamente por acentuada injustiça social e por grave hierarquia racial e econômica”, explica o curador.
Rodrigo Albert participou da exposição coletiva Segue-se ver o que quisesse, realizada no Palácio das Artes em 2012, que contemplou um registro da vida cotidiana mineira por meio de fotografias dos anos 40 até a contemporaneidade. Hoje, o artista retorna ao complexo cultural para sua primeira exposição individual no espaço.
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Serviço:
Exposição Terra Prometida – Rodrigo Albert
Local: PQNA Galeria Pedro Moraleida – Palácio das Artes
Endereço: Av. Afonso Pena, 1.537, Centro
Período expositivo: 6 de dezembro a 3 de fevereiro de 2019
Horário: De terça-feira a sábado, das 9h às 21h; domingos, das 16h às 21h
Entrada gratuita
Informações para o público: (31) 3236-7400
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Foto: "A Culpa" - Rodrigo Albert

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

[NESTE SÁBADO]: "Pés Negros nas Estrelas, com Olhos de Jabuticabas" fica em cartaz na capital

Cyda Moreno na peça que fica em cartaz neste sábado em BH - Foto: Robson Maia

Atriz Cyda Moreno estrela a peça

O projeto Solo Negro realiza sua terceira edição em 2018 com a peça "Pés Negros nas Estrelas, com Olhos de Jabuticabas". Em cena, a atriz Cyda Moreno incorpora a Mãe Preta, uma preta velha centenária no breu da noite em busca de estrelas cadentes, que resgata o prazer de contar histórias. Com um vasto acervo de lembranças, a Mãe Preta de Cyda Moreno arrebata a plateia com histórias de liberdade, sonhos, lendas e encantamentos. O espetáculo será no dia 10 de novembro, sábado, às 21h, no Espaço Cultural Tambor Mineiro (Rua Ituiutaba, 339 – Prado/BH), com ingressos a R$ 20 (inteira).

Cyda Moreno é atriz e mestre em Artes Cênicas pela UNIRIO-RJ. Começou sua carreira em Belo Horizonte em 1982. Em São Paulo, ingressou no CPT, Centro de Pesquisas Teatrais, dirigido por Antunes Filho, atuando nos projetos Xica Da Silva e Macunaíma. No Grupo de Arte Boi voador, dirigido por Ulysses Cruz, participou de várias montagens, com destaque para Corpo De Baile (com o ator Alexandre Borges), Pantaleão e as visitadoras, e El Sr. Presidente. Com o grupo Boi voador, excursionou pela Europa, Colômbia e capitais brasileiras. No Rio de Janeiro participou da fundação da Cia black & preto, ao lado de Luiz Antônio Pilar e Ilea Ferraz, produzindo varios  espetáculos. Atuou em Noel O Feitiço Da Vila (ao lado de Marcelo Serrado), Anjo Negro, de Nélson Rodrigues (com Beth Mendes), A Serpente (com Débora Falabella) e A Hora E Vez De Augusto Matraga (com Vladimir Brichta). Fez várias participações na TV GLOBO, (A Padroeira, Anjo Mau, Chiquinha Gonzaga, Malhação, A Grande Família, A Diarista, Sítio Do Pica Pau Amarelo e no seriado Mulher). No cinema, atuou em Amor & Cia, Navalha Na Carne, Uma Onda No Ar E Filhas Do Vento. Leciona teatro desde 1988.

Solo Negro
Solo Negro consiste na realização de espetáculos de artes cênicas que dialoguem com a cultura afro-brasileira contemporânea ou tradicional e que tenham um formato solo, ou reduzido, formado por artistas negros. O projeto tem o patrocínio do Instituto Unimed-BH.

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Serviço:

Projeto Solo Negro apresenta: "Pés Negros nas Estrelas, com Olhos de Jabuticabas"
Data: 10/11 (sábado) / Horário: 21h
Local: Espaço Cultural Tambor Mineiro – Rua Ituiutaba, 339 | Prado
Ingressos: R$ 20 (inteira) / R$10 (meia-entrada)
Mais informações: 3295-4149

Tambor na Praça traz a sonoridade de Maria Bragança

A saxofonista Maria Bragança se apresenta neste domingo na capital - Foto: Ricarda Nicks

Show acontece neste domingo, 11/11

A saxofonista e compositora mineira Maria Bragança abre a ala feminina do projeto Tambor na Praça e mostra que saxofone e percussão garantem combinação de primeira qualidade para os ouvidos mais exigentes. O show acontece a partir das 16h, na Praça Floriano Peixoto bairro Santa Efigênia. Maria sobe ao palco ao lado de Mauricio Tizumba e os Blocos Saúde e Tambor Mineiro.

Mestre em Música pela Escola de Musica Superior Robert Schumann de Düsseldorf, na Alemanha, Maria Bragança tem formação e atuação em safoxofone e violino, tendo no currículo a atuação em orquestras e conservatórios renomados no país, além da participação frequente em concertos e festivais representando os mais diversos gêneros da música. Maria Bragança registra quatro álbuns em sua discografia: 'Barro-Oco' (2000), 'Alma Barroca' (2002), 'Trova Brasileira' (2005 – Alemanha) e 'Duas Marias' (2015).

Tambor na Praça
O projeto é liderado por Mauricio Tizumba, que se apresenta ao lado do Bloco Tambor Mineiro e do Bloco Saúde, grupo de percussão formado por médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH, cujo objetivo é levar música para espaços públicos de forma voluntária. Juntos, ocupam as praças de BH e região metropolitana com os tambores do congado mineiro, sempre trazendo um grupo ou artista convidado para compartilhar ritmos e sons.

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Serviço:
Tambor na Praça, com Mauricio Tizumba, Bloco Saúde e Bloco Tambor Mineiro
Convidado: Saxofonista Maria Bragança
Dia 11 de novembro (domingo), 16h, Praça Floriano Peixoto – Santa Efigênia/ BH
Entrada Gratuita

[NESTA QUINTA-FEIRA]: Museu das Minas e do Metal recebe roda de conversa sobre a Consciência Negra

Cia Baobá Minas/Divulgação

Evento começa às 19h30 com exibição do documentário "Prêmio Zumbi de Cultura e Grupos Culturais"

Nesta quinta-feira, 8/11, a partir das 19h30, o Museu das Minas e do Metal receberá a Roda de Conversa: Religiosidade, Comunicação e Cultura – Resistindo com a Oralidade e Memória. Com entrada franca, o evento terá início com a exibição de documentário "Prêmio Zumbi de Cultura e grupos culturais" , seguida da roda de conversa e da performance da  Cia Baobá Minas e convidados.

Participantes:
Pai Ricardo (Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente)
O mestre Ricardo de Moura coordena a Associação de Resistência Cultural Afro-brasileira Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente (CCPJO), que atua desde 1966 no complexo da Pedreira Prado Lopes, em Belo Horizonte (MG). A Casa foi dirigida pelo seu pai, Joaquim Camilo, e sua mãe, Maria das Dores de Moura, ambos iniciados nas tradições afro-brasileiras de raiz banto. Pai Ricardo, como é conhecido na comunidade, herdou dos pais os conhecimentos sobre as ervas, os toques e cuidados com os tambores, as cantigas, as benzeções, rezas e consulta ao oráculo de búzios com fundamento na matriz Angola, saberes que ele busca preservar e difundir na cidade de Belo Horizonte. Também é Rei Congo da Guarda de São Jorge de Nossa Senhora do Rosário no bairro Concórdia.

Maria Luzia Sidônio (Quilombo dos Luizes)
Matriarca do Quilombo dos Luizes, milita muitos anos nas causas sociais. Além de autora do livro "Luizes', que apresenta a história da comunidade. Luzia fez parte do Conselho da Igualdade Racial da PBH. Sobre Quilombo dos Luizes foi certificado pela Fundação Palmares como remanescente de quilombo e está situado em área urbana, no bairro Grajaú, região Oeste de BH. Casais fundadores da comunidade dos Luízes instalaram-se às margens do córrego Piteiras em 1895, em terras doadas ou adquiridas, correspondentes hoje a um território de 2,87 hectares. No entanto, a superintendência regional do Incra reduziu o território original, excluindo do perímetro 10 imóveis, sob o argumento de que as respectivas desapropriações iriam gerar mais gastos aos cofres públicos. Para o Ministério Público, o argumento do Incra não tem base jurídica. Ação questionando a redução do território quilombola foi protocolada em 2012. Passados cinco anos, a Justiça reconhece a procedência do pedido e condena o Incra a rever sua decisão. Atualmente a comunidade luta pelos seus direitos.

Tatiana Carvalho
Mestre em Comunicação Social pela UFMG (2005). Atualmente, integra o corpo docente do Instituto de Comunicação e Artes do Centro Universitário Una, nos cursos de Cinema e Audiovisual e de Jornalismo Multimídia, e é colaboradora do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT da Universidade Federal de Minas Gerais - NUH/UFMG. Possui experiência na área de Comunicação Social, com ênfase em videodifusão, atuando principalmente nos seguintes temas: vídeo, televisão, documentário, jornalismo audiovisual, audiovisual corporativo. Além da docência, coordena laboratórios e projetos de extensão. Sua atuação profissional também inclui experiências em jornalismo impresso e de televisão.


Lançamento de livro marca início das celebrações pelo Mês da Consciência Negra no Memorial Vale

Sarau das Pretas - Foto: Agnes Alessandra

"Raízes - Resistência Histórica" será lançado nesta quinta-feira

Nesta quinta-feira, 8 de novembro, às 19h30, o Sarau das Pretas, evento realizado no Memorial Minas Gerais Vale (Praça da Liberdade, 640, esquina com Gonçalves Dias), terá o lançamento do livro Raízes  Resistência Histórica, da editora Venas Abiertas. A obra é resultado da reunião de 20 autoras negras, de diferentes estilos literários, reunidas pela escritora Karine Bassi, que, após tomar conhecimento de pesquisa que informava que o mercado editorial brasileiro é formado 93% por autores brancos, sendo 72% deles homens, desafiou, por meio do Facebook, mulheres negras de todo o Brasil a enviarem suas escritas. Dezenas se manifestaram enviando seus trabalhos, e 20 foram as escolhidas. Sete delas farão o sarau, com diversas intervenções artísticas. O evento é gratuito, com entrada sujeita a lotação. Interessados devem retirar senhas uma hora antes da apresentação.

Karine Bassi trabalha como educadora social em escolas e em coletivos de literatura. Fundou a editora independente Venas Abiertas em homenagem ao escritor uruguaio Eduardo Galeano (As Veias Abertas da América Latina). As escritoras reunidas no livro são de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. São elas: Aline Oliveira; Bruna Tamires; Carolina Anice; Elânia Francisca; Flor, Priscila; Juliana Jesus; Juliana Lino; Regiane Faria;  Zaine Lima; Silvana Rodrigues; Nagila Oliveira e Tayla Fernandes. E as mineiras que participarão do Sarau: Regiane Martins, Julia Gomes, Dalva Maria, Thabata Cristina, Laura Oliveira, Negra Julie, Giovanna Heliodoro e a própria Karine Bassi, que são de Belo Horizonte, do Vale do Jequitinhonha e de TimóteoConseguimos publicar o livro através de uma vaquinha feita entre nós e amigos. Já estamos planejando uma segunda edição do livro, pois recebemos muito material de boa qualidade literária, conta Karine.

O Sarau das Pretas integra a projeto Diversidade Periférica do Memorial Minas Gerais Vale, que se fundamenta no conceito de acessibilidade como aquilo que é atingível, que tem acesso fácil. A iniciativa  que começou em setembro de 2017 - busca aproximar moradores dos aglomerados à programação e às atividades do Memorial Minas Gerais Vale, além de dar visibilidade às iniciativas, às manifestações e às práticas artístico-culturais existentes em cada comunidade.
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Serviço:

Sarau das Pretas  Lançamento do livro Raízes
Data: 8 de novembro (quinta-feira)
Horário: 19h30
Local: Auditório do Memorial Vale, Praça da Liberdade, 640, esquina com Gonçalves Dias.
ENTRADA GRATUITA, sujeita a lotação. Retirada de senhas uma hora antes da apresentação.