terça-feira, 30 de setembro de 2014

VIVENDO DE PASSADO


            Os espíritos do passado não acometem apenas os candidatos à presidência da república (ver blog APS, domingo, 28/09/2014), mas todas as esferas políticas. Um exemplo clássico é o do candidato à “re-re-re-eleição”, Weliton Prado.
            Prado vem se autopromovendo como o deputado autor do projeto que diminuiu em 17% a conta de energia elétrica. Realmente isso ocorreu, ele é autor desse projeto e a conta de luz realmente diminuiu os 17%... em 2007! De lá para cá, quantos aumentos ela não sofreu?
            Entre os candidatos que vivem de passado, vale a pena ressaltar a “velha guarda”, os candidatos que já foram eleitos tantas vezes e que insistem em não largar o osso da velha política. Podemos destacar entre esses, Luzia Ferreira, Jô Morais, Geraldo Félix, Pinduca e muitos outros. Eles parecem seguir a escola de Carlos Murta, prefeito de Vespasiano por cinco mandatos.
            Tem ainda a corja da Família Pinheiro, encabeçada por Dinis e Toninho Pinheiro. Perigosos, os irmãos Pinheiro são como parasitas. A cada eleição para prefeito e vereador, se candidatam por uma cidade da região metropolitana. Quando são eleitos, afundam o lugar. Foi de Toninho a tentativa de acabar com o cemitério de Ibirité! Nas eleições para deputados, estão sempre à frente, sempre com “boas intenções”. Este ano, Dinis resolveu alçar voos mais altos e tenta ser eleito vice-governador na chapa do também carimbado Pimenta da Veiga, enquanto tenta impulsionar a irmã Ione Pinheiro.
            Sobre Pimenta, nosso querido candidato a governador, vale lembrar sua fala de campanha: “eu levei o celular a todo o Brasil”. Bom, ele foi ministro das comunicações no começo da década de 1990, mas os celulares só se popularizaram no fim daquela década...
            E assim vamos vendo a cada nova eleição, velhos candidatos, cumprindo rigorosamente a prática da velha politicagem.
            Haja saco!

APS, 20/09/2014 

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

TEM DE TUDO, MENOS SERIEDADE


            Em menos de uma semana iremos às urnas escolher nossos próximos representantes. Em geral, a essa altura dos acontecimentos, a maioria das pessoas já sabe em quem votar, mas por que em 2014 temos a sensação contrária? Conversas entre amigos, parentes, nas ruas, nas filas, revelam que muitos ainda não sequer noção a quem devam confiar seus preciosos votos.
            A resposta pode estar na própria postura dos candidatos.  Em todo ano de pleito, somos surpreendidos por algumas bizarrices eleitorais: candidatos despreparados, imaturas – até na escolha do nome – e com propostas que parecem beirar a loucura. Mas este ano, isso foi elevado a um radical altíssimo.
            Além do famigerado Tiririca, 2014 trouxe ainda “Jesus”, “Clarck Crente” (isso mesmo, crente!), “Batman” (prometendo acabar com todos os “Coringas” da política) e outras aberrações, como sósias de jogadores de futebol.
            A imaturidade é tanta, que alguns, mesmo usando nomes normais, pecam pelo exagero de suas falas medonhas. É o caso do delegado Edson Moreira, que afirma que quem não votar nele “Vai morrer!!!”.
            A principal dúvida dos eleitores é: se falta maturidade como candidato, imagine o que vai acontecer caso essa “peças raras” sejam eleitas?
            Fica a dúvida!

APS, 29/09/2014

domingo, 28 de setembro de 2014

AS ELEIÇÕES 2014 E UM CONTO DE NATAL


            O pleito que irá escolher o próximo presidente da República se aproxima e a sensação que temos é que em 2014 os candidatos estão mais despreparados, desinteressados e menos confiáveis que em eleições anteriores. Com propostas vagas e ataques ridículos aos adversários, falta aos candidatos deste ano uma “pegada política” que os de outros anos possuíam. Além disso, os presidenciáveis de 2014, sofrem ainda com o mal dos “espíritos do passado”, o que nos remete a “Um Conto de Natal” de Charles Dickens.
            Na história em questão, Ebenezer Scrooge era um velho avarento e ranzinza, sem amor próprio e sem sentimentos para com o próximo. Na véspera de Natal, recebe a visita dos espíritos dos Natais Passado, Presente e Futuro, que têm a missão de fazê-lo uma pessoa melhor.
        No caso dos candidatos à presidência, o passado está tão impregnado neles, que quase não conseguimos vê-los. Comecemos por quem já está no poder: a presidenta Dilma Rousseff. Dilma é a primeira mulher a ocupar a cadeira da presidência da república no Brasil, porém, seu governo foi marcado pelo espírito do presidente passado: Luiz Inácio Lula da Silva. Falta-lhe uma marca própria, algo que caracteriza seus quatro anos de gestão. Ela não foi uma presidenta ruim, mas sim, uma presidenta sem rosto e sem voz. A impressão que temos é que ela só está preenchendo uma lacuna entre Lula e um próximo presidente.
            Marina Silva, por sua vez, teve uma expressiva votação nas Eleições 2010. Foi a melhor colocada entre todos os terceiros lugares da história política nacional. E o melhor: esteve em foco nos últimos quatro anos. Poderia ter usado essa força para marcar sua candidatura em 2014. Problemas partidários à parte, Marina preferiu se esconder atrás do espírito – sem trocadilhos – do passado de Eduardo Campos, candidato que faleceu tragicamente durante a campanha e que Marina, como vice, assumiu o lugar. Em seus discursos, Marina opta por lembrar Eduardo, em vez de se mostrar como a real candidata à presidência.
            Quanto a Aécio, temos – no mínimo – dois erros: um do partido e um do candidato. Vamos primeiro ao do partido: há quatro anos, quando deixou o governo de Minas Gerais, Aécio saiu com um popularidade e uma aprovação altíssimas. Uma das maiores do país. Se o PSDB tivesse optado pelo nome do mineiro, em vez do paulista José Serra, Aécio poderia ter vencido. Mesmo que não vencesse, teria ganhado uma força (assim como Marina ganhou) e poderia aproveitá-la agora. A escolha de Serra foi infeliz. O candidato não demonstrava simpática, confiabilidade e não agregou força à legenda ou ao seu sucessor. Vamos agora ao erro de Aécio: como senador, pouco fez. As vezes em que apareceu na mídia, criticou infundadamente a presidência. Nem quando assumiu o cargo como presidente interino deixou sua marca e hoje, apega-se exageradamente ao espírito do passado de seu avô, Tancredo Neves, importante político que faleceu antes de tomar posse como presidente do Brasil.
            Por fim, vemos que os três principais candidatos preferem esconder-se sob uma cortina do passado – muitas vezes brilhante, é verdade – ao invés de apontarem um futuro promissor. E isso enfraquece a credibilidade e aumenta a dúvida na hora de escolhermos nosso próximo representante.
            Quanto aos demais candidatos, é fácil perceber neles velhos clichês que também não nos levam a lugar algum. Podemos facilmente encontrar nos chamados “nanicos”, os espíritos do passado de Plínio, Enéas, entre outros.
            Lamentável.

APS, 28/09/2014