sábado, 9 de setembro de 2017

Jornalismo – A Série: O Episódio Final


Após 4 anos presos na misteriosa ilha no Cidade Jardim, nossos heróis – finalmente – encontram o caminho de casa... será?

[ATENÇÃO: Esta é uma obra de ficção com traços de humor e não deve ser levada a sério. As piadas aqui contidas – se existirem, claro – servem apenas para entretenimento e não devem ser consideradas como ofensas. O autor se resguarda o direito de não lembrar o nome de todo mundo. E também dá o direito das pessoas que lerem, não gostarem do texto. Manifestações contrárias a esta publicação podem ser feitas de segunda a sexta-feira, em horário comercial, na porta da minha casa.]

TODOS OS FATOS AQUI CONTADOS SÃO REAIS. EXCETO OS QUE FORAM INVENTADOS

Introdução:
Em 2013, quando iniciei meus estudos na Faculdade de Jornalismo, comecei também a contar em capítulos as “aventuras” da turma. Cada capítulo recriava, com traços de humor, os principais acontecimentos do dia: as aulas, as provas, a comida na hora do intervalo, tudo servia como “gancho” e inspiração para uma história bem humorada. Cada semestre equivalia a uma temporada da série.
No entanto, eu parei. Não sei bem o motivo, mas por volta da terceira temporada (3º Período), os episódios foram rareando até cessarem de vez. No fim, os textos originais também se perderam.
Com a chegada da formatura, porém, resolvi reativar a série. Pelo menos, para o capítulo final. Acho que merecemos.

***
Nos episódios anteriores:
Depois de trezentas manifestações na Avenida Antônio Carlos, o Brasil finalmente perdeu a Copa do Mundo por 7 a 1 no Mineirão. Como restara pouca dignidade à Seleção Brasileira de Futebol, o país também não se classificou para a Copa das Confederações 2017, mas conseguiu a vaga antecipada na Copa do Mundo 2018. #VaiQueDáBrasil.
Enquanto isso, as Olimpíadas receberam um apoio maior da população e os atletas brilharam! Principalmente um notório desconhecido de Tonga!!! A maior virada, no entanto, foi das seleções de futebol. Enquanto a feminina começou bem e conquistou os torcedores, a masculina começou mal e... venceu a competição! A feminina perdeu, mas ganhou milhões de corações...
Paralelo aos eventos esportivos, a presidente, (presidenta, presidonta, sei lá) da república Dilma conseguiu se reeleger prometendo abaixar a conta de luz e investir na educação. “Pátria Educadora” era o lema de seu novo mandato, assumido em 1º de janeiro de 2015. Ainda em janeiro de 2015, as contas de energia elétrica começaram a subir e em fevereiro do mesmo ano, o repasse para o Pronatec – uma das principais plataformas de campanha dela – foi cortado em mais da metade.
Em 2016, ela deixa o Palhaço do Plano Alto, deixando o espaço livre para Michel Scar Temer assumir o poder, o presidente (presidento, presidonto, sei lá) mais impopular da história! Com o Nosferatu de Brasília à solta, as coisas só pioraram: os vinte centavos da passagem de 2013 viraram vinte reais, a educação e a saúde foram sucateadas (mais!!!) e um certo Bolsonaro começou a tomar forma. Tenhamos cuidado.
Enquanto tudo isso se desenrolava nas entranhas do país, na afastada Ilha Pitágoras Cidade Jardim nossos heróis continuavam presos sem chances de escapatória. Reza a lenda que, para saírem de lá com vida, deveriam fazer uma série de testes, sendo o último e mais difícil, um tal de TCC – Teste da Cara e Coragem. Alguns não sobreviveriam...
Por gostar de sofrer, a aluna Diene encerrou sua participação no elenco de “Publicidade e Propaganda – a Série” e passou a integrar o elenco de “Jornalismo – a Série”, que era exibida na mesma emissora. Em entrevista à revista “Caras Pobres da Faculdade”, ela disse estar feliz com a mudança e que precisava continuar sendo vista. Confira na íntegra as aspas ditas por ela: “estou feliz com a mudança e precisava continuar sendo vista.”
Depois de descobrir sua descendência indígena – e que também era primo da Grávida de Taubaté – Leandro resolve passar um tempo em uma aldeia, onde aprende a fazer receitas típicas e recebe dois convites de uma importante emissora: ele poderia ensinar as receitas no programa da Ana Maria, substituindo o Louro José que precisava de férias ou fazer figuração na novela “Novo Mundo”. Acabou escolhendo a terceira opção: um programa jornalístico exibido às quartas-feiras depois do futebol...
Depois de muito relutarem, Ana, Lillian, Bárbara e Luciano aceitaram acompanhar Antônio em roteiros culturais belo-horizontinos. Assim, palcos como a Rua Guaicurus e os cemitérios da capital passaram a ser pontos de encontros frequentes deles. Há quem diga que, após acordar às 6h de um feriado para visitar o cemitério com Antônio, Ana Paula desistiu de conversar com o rapaz.

TCC
Em geral, o último ano de confinamento após caírem na misteriosa ilha no bairro Cidade Jardim, foi marcado pelo teste final. Quem conseguisse, estaria livre. Quem não conseguisse, teria a alma aprisionada para sempre ao lugar.
Era comum ver alunos-zumbis se esgueirando pelos corredores da misteriosa faculdade, repletos de papeis nas mãos. A moça do xerox nunca trabalhara tanto e as memórias dos computadores nunca duraram tão pouco. Um terabyte era pouco para tantas versões do mesmo trabalho.
Às vezes, no meio da madrugada, choros, gemidos, ranger de dentes e arrastar de correntes eram ouvidos ao longe, enquanto a lua cheia banhava a cidade...
Dizem as más línguas que as apresentações não foram menos dolorosas, mas que ao fim, ao ouvirem as palavras “Você está aprovado!” alguns alunos não sabiam mais o que fazer. Alguns davam pulos, outros choravam e outros batiam a cabeça na parede.

Passagem de Tempo
Meses depois, em 22 de agosto, os sobreviventes daquele trágico evento que durou quatro anos e os aprisionou na tal misteriosa ilha já falada à exaustão neste texto, se encontraram para a etapa final. Em uma noite de gala, conseguiram a chave para voltar para casa.
Para isso, tudo o que eles tinham que fazer durante três longas horas era “sorrir e acenar” para uma centena de fotógrafos e trezentos parentes. No fim, a chave estava dentro de um comprido canudo.
Enquanto Skank tocava “Vou Deixar”, os créditos começaram a subir lentamente. Ninguém sabe se, de fato, eles voltaram pra casa.

Cena Pós-Crédito
Depois da Missa, a festa!
Soraya passara quatro anos decidindo quem levaria ao baile e como ninguém tomou a iniciativa de convidá-la, a moça bela, recatada e do lar levou três acompanhantes à festa! Reza a lenda que seriam quatro, mas um já era comprometido.
Depois de uma hora na fila da bebida, Soraya e Antônio decidiram levar o estoque de álcool para a mesa, o que gerou protestos dos demais convidados.
            Leandro, que não comia há três dias, resolveu atacar a mesa de salgadinhos assim que chegou, deixando Reginaldo no vácuo, que só queria tirar fotos.
Dizem as más línguas que Sabrina contratara diversos figurantes para aplaudi-la enquanto dançava. Verdade ou não, o fato é que quando a moça foi embora, metade do salão foi esvaziado.
Depois de serem barrados na entrada por terem dado notas baixas aos alunos durante quatro anos, os professores finalmente conseguiram entrar na festa. A máxima da noite era: “perdoo a nota baixa que me destes, desde que pague a minha próxima bebida”.
Empolgado em aparecer na mídia, José Reginaldo posava para fotos com todos. O mesmo valeu para Patrícia e Fabíola que, para cada sorriso, um flash e para cada flash, um sorriso.
Gustavo e Leandro haviam dançado a noite toda, mas se revelaram quando o DJ tocou Robocop Gay. Os rapazes foram à loucura. Soraya se empolgou com o Vira-Vira. E virou quatro copos de vodca sem perceber.
Antônio, bancando o esperto, conseguiu o convite e o transporte gratuitos para a festa. A cara de bom moço é só para enganar mesmo...
No fim da noite, depois de esgotarem a paciência do DJ e dos garçons, os últimos sobreviventes foram gentilmente expulsos do salão de festa. A esta altura, Lillian e Ruth disputavam a última garrafa da última bebida, que também era consumida por Gustavo, Antônio, Soraya e Leandro.
Enquanto os garçons começaram a empurrar todo mundo pra fora com o rodo, luzes piscavam em todas as partes. O sol começava a nascer.
Na saída, transportes trocados levaram cada um para sua casa. Dizem as más línguas que Soraya e Leandro dividiram o mesmo carro na saída. Havia a moça, finalmente, encontrado o par que procurara por quatro anos?
“Mistééééério...”

Uma semana depois:
Eles haviam saído da ilha e, finalmente, encontrado o mundo real... Todos foram vistos na mesma fila, da mesma agência para fazer a mesma entrevista de emprego!

(Fim – mesmo!)

(Caso você não tenha aparecido neste episódio e gostaria de fazer uma participação, entre em contato com sugestões! O texto pode ser atualizado. Caso tenha aparecido e não gostado, paciência! Nem tudo são flores na vida e, se você chegou ao fim da faculdade, deveria saber disso há tempos!!!)
Atenciosamente,

APS