Diversas
mudanças descaracterizam esta que poderia ter sido um dos melhores trabalhos de
Maria Adelaide Amaral
Bastou
ser anunciada para que A Lei do Amor causasse
um verdadeiro frenesi entre os
telespectadores: de autores a elenco, tudo chamava a atenção, de maneira
positiva, na “nova novela das nove”. Passados alguns capítulos, porém, o
interesse do público diminuiu.
A
trama inicial se mostrou confusa, com muitos personagens e tramas paralelas que
confundiam quem assistia. O jeito encontrado pelos autores foi mudar, ao gosto
do público, o que não agradava. E aí é que foi o erro.
Os
autores Maria Adelaide Amaral e Vincenti Villari fizeram concessões
demais e acabaram descaracterizando a trama. Personagens tiveram os rumos
modificados demais e muitos acabaram
perdendo sua função na história.
Vários
personagens foram retirados da história e as justificativas foram as mais
variadas: prisões, viagens e mortes. Neste último caso, nem mesmo a trama
policial, que geralmente serve para sustentar uma trama que não vai tão bem,
conseguiu segurar a onda: as mortes eram previsíveis e sem maiores emoções. Nos
casos de viagens e prisões, os personagens acabaram voltando na fase final da
novela, complicando ainda mais a regularidade da trama.
O
mistério acerca da identidade de Isabela/Marina se perdeu. O que poderia ser um
excelente gancho, acabou se tornando enfadonho. Assim como a história de amor
entre Pedro e Helô, que começou com uma história bem amarrada, mas se esvaiu.
Nem mesmo o triângulo amoroso formado pela chegada de Laura conseguiu aumentar
a emoção.
A
novela, no entanto, merece destaque por algumas cenas: a morte de Zelito foi
extremamente bem gravada. A posição da câmera (dando a impressão de estar
dentro do chão) foi um grande acerto. A morte de Beth também foi interessante.
A trilha sonora foi outro destaque, uma pena que as melhores músicas tenham
saído apenas no “volume 2”, quando a novela já estava próxima do fim.
As
atuações de Tarcísio Meira (Fausto) e Vera Holtz (Magnólia) não deixaram a
desejar, assim como as de Grazi Massafera, que por vezes, roubou o destaque dos
protagonistas.
Incrivelmente,
na penúltima semana a novela conseguiu empolgar de novo com as cenas da prisão
e fuga de Magnólia e sequestro da Helô.
No
fim, “A Lei do Amor” não foi um grande sucesso, mas vai deixar um pouco de
saudade, principalmente devido a algumas referências, como Hércules vestido com
as roupas de sua mãe (lembram de “Psicose”) e o, agora, provável embate final
entre Marina/Isabela e Tiago na lancha (“Verdades Secretas”), entre outras no
decorrer da trama. É uma pena ver que “A Lei do Amor” era uma forte candidata
ao título de “novelão”, daqueles
arrebatadores, mas que termina apenas como
uma “novela” mesmo...
Nota
pelo conjunto da obra: 7,5