terça-feira, 29 de agosto de 2017

Ópera ‘Pagliacci’ Está em Cartaz Hoje e Amanhã no Grande Teatro do Palácio das Artes


Hoje, ao meio dia, serão executados trechos da obra; amanhã, às 20h30, ela será apresentada na íntegra
Hoje e amanhã a Orquestra Sinfônica e o Coral Lírico de Minas Gerais interpretam a ópera Pagliacci, nos projetos Sinfônica ao Meio-Dia e Sinfônica em Concerto. Hoje, às 12h, o Grande Teatro do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1537, Centro – BH), recebe o Sinfônica ao Meio-Dia, com trechos da ópera. A entrada é gratuita . Já amanhã, às 20h30, a obra será executada na integra, com entrada a R$20,00 (inteira). A classificação é livre para as duas sessões.

Pagliacci, de Ruggero Leoncavallo se passa no fim do século XIX em uma vila da Calábria, no sul da Itália, durante a Festa da Assunção da Virgem – celebração tradicional em países católicos europeus. Como parte da festa, uma trupe provincial de atores retorna à cidade para representar e festejar em companhia dos aldeões. Apresentada pela primeira vez no Teatro dal Verme de Milão, no ano de 1892, Pagliacci ainda é encenada com frequência nas grandes casas de ópera mundiais. De formato mais curto, a obra pode ser entendida como uma metalinguagem, em que a história de uma companhia teatral é contada por uma encenação operística.

domingo, 27 de agosto de 2017

[LUTO NO CINEMA] Morre Tobe Hooper, Criador de “O Massacre da Serra Elétrica”

Tobe Hooper faleceu neste sábado, 26/7, nos EUA
Foto: IMDB

Diretor produziu um dos principais filmes de terror da década de 1970; currículo tem ainda Poltergeist e Pague Para Entrar, Reze Para Sair

Os fins de semana de 2017 têm sido tristes para o cinema. Vários nomes ligados a importantes produções mundiais têm nos deixado. Astros como Jerry Lewis e John Heard faleceram nos últimos meses, mas um gênero, em especial, tem sido profundamente afetado este ano.

O terror, um dos gêneros mais populares do cinema, sofreu perdas irreparáveis no último ano. Jonathan Demme, diretor do filme vencedor do Oscar, “O Silêncio dos Inocentes”, faleceu em 26/4 (o único nesta triste lista que não faleceu em um fim de semana). Em julho, no dia 16, George Romero, conhecido por criar o clássico “A Noite do Mortos Vivos” também nos deixou. Neste sábado, 26/8, faleceu Tobe Hooper, criador de “O Massacre da Serra Elétrica”, um dos principais e mais polêmicos filmes de terror da década de 1970; além de “Poltergeist”, “Pague Para Entrar, Reze Para Sair”, entre outros títulos, incluindo episódios de séries para TV.

Hooper começou a carreira em 1969, com “Eggshells”. Já neste filme de estreia, contou com a parceria de Kim Henkel. O filme nem de longe foi um sucesso, mas ajudou a firmar o nome da dupla no cenário cinematográfico. No começo da década de 1970, Hooper pôs em prática o filme que o consagraria internacionalmente como um dos maiores nomes do cinema de terror: “O Massacre da Serra Elétrica”.

A história perturbadora mostra cinco jovens em viagem pelo Texas. Há relatos nos jornais de que túmulos de um determinado cemitério foram violados e dois dos jovens, os irmãos Sally (Marilyn Burns, falecida em 2014) e Franklin (Paul A. Partain, falecido em 2005) vão ao local verificar se o túmulo da família está entre os violados. De lá, partem para a antiga casa em que viveram na infância. O que eles não sabem é que na residência próxima, mora uma família de sádicos assassinos, que irá fazer os jovens viverem um verdadeiro inferno, em sequências que entraram para a história do cinema pela crueldade e, ao mesmo tempo, pelo fascínio que causou os fãs. Leatherface (Gunnar Hansen, falecido em 2015), persegue e mata, um a um, os jovens, com requintes de crueldade: marretadas no crânio, gancho de açougue e, finalmente, o instrumento que deu título ao filme: uma motosserra.

Por trás de tudo estava Tobe Hooper, a mente criativa por trás do motor da serra mais famosa da sétima arte filmou todo o material com poucos recursos. A história que serviu de inspiração foi o caso real do assassino Ed Gein, que já havia inspirado Robert Bloch e Alfred Hitchcock no também clássico “Psicose” e ainda inspiraria Thomas Harris e Jonathan Demme com “O Silêncio dos Inocentes”.

A escolha do instrumento mortal de O Massacre... se deu em um fim de ano: enquanto Tobe esperava na fila de uma loja de departamentos, próximo ao Natal, olhou para o setor de ferramentas e viu algumas motosserras. O calor, aliado ao insuportável tamanho da fila, fizeram com que a mente do diretor imaginasse alguém realmente nervoso pegando uma das motosserras e abrindo caminho à força na fila. A partir daí, essa ideia macabra, aliada à história de Ed Gein, começaram a dar forma ao filme que se tornaria ícone do cinema de terror mundial.

As cenas, consideradas de extrema violência, fizeram com que o filme fosse proibido em diversos países. Além disso, até hoje, qualquer continuação ou prelúdio de O Massacre... recebe classificação 18 anos na maior parte do mundo.

A polêmica, talvez, só tenha ajudado para que o filme se firmasse como um dos grandes clássicos do cinema, cultuado por fãs em todo o mundo. Na década de 1980, Tobe ainda dirigiria os igualmente famosos Poltergeis – O Fenômeno, que conta a história de uma família atormentada por fenômenos paranormais em casa e o Pague Para Entrar, Reze Para Sair, sobre um parque de diversões que esconde terríveis assassinatos.

Em 1986, Hooper revisitaria seu primeiro clássico, ao escrever e dirigir a sequência “O Massacre da Serra Elétrica Parte 2”, estrelada por Dennis Hooper. O filme acabou ganhando uma pegada mais leve que o original, com passagens pelo humor e com uma trilha sonora focada no rock.

O Massacre... ainda ganharia as sequências de 1989 e de 1994 – esta última, a mais problemática de todas. Em 2003, o filme ganhou uma refilmagem e, em 2005, um prólogo.

Em 2013, as refilmagens foram deixadas de lado e a história de 1974 ganhou uma sequência direta – desconsiderando as partes 2, 3 e 4 – e lançada em 3D nos cinemas. Embora tenha erros graves no roteiro, o mais sério em torno da idade da protagonista, o filme ficou famoso por trazer de volta Marilyn Burns e Gunnar Hansen – em seus últimos papeis no cinema – e reconstruir os cenários originais do primeiro filme. Um novo prólogo – baseado na história de 1974 e na continuação de 2013, está prevista para estrear este ano nos cinemas.

Além desses três clássicos do cinema, Tobe Hooper dirigiu ainda filmes menos famosos, mas nem por isso menos importantes para sua filmografia. Entre eles, destacam-se: “Trilogia do Terror” (1993), “Crocodilo” (2000) e alguns episódios de séries de TV, incluindo da famosa “Contos da Cripta”.

Com a morte de Tobe Hooper o cinema, infelizmente, perde mais um grande nome. Um expoente, um precursor que ousou muito para o seu tempo e, por isso, foi alçado à categoria de personalidade atemporal. Tobe Hooper entra para a mesma galeria de nomes como Wes Craven, Jonathan Demme, George Romero, Bela Lugosi, Boris Karloff, Alfred Hitchcock, entre outros.


Para nós, ficam os diversos filmes que levaram a assinatura do cineasta, a tristeza pela sua perda e a certeza de que o cinema ficou um pouco mais sem graça e sem magia.   

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Rosane Gofman estrela “Mulheres em Autoajuda” no Teatro Bradesco


Peça fica em cartaz neste sábado, 26/8

           
Um dos maiores talentos da TV nacional, tendo aparecido em diversas novelas, a atriz Rosane Gofman se apresentará neste sábado, 26/8, às 21h, no Teatro Bradesco (Rua da Bahia, 2244, Lourdes – BH) com a peça Mulheres em Autoajuda.

            No espetáculo, Rosane (personagem homônimo) é uma mulher madura que, pressionada pelo marido, vai a uma sessão de um grupo de autoajuda. Na reunião, ela percebe que muitas mulheres estão passando pelas mesmas questões.

Escrita e dirigida por Paulo Fontenelle especialmente para a encenação de Rosane, a peça não mostra somente o mundo feminino. Todo o público se identifica com a personagem, mesmo tendo como centro da história uma mulher de 50 anos.

Os ingressos custam R$60,00 (inteira) e a classificação é livre. Mais informações pelo telefone: (31) 3516-1360.

Sobre Rosane:

            A atriz Rosane Gofman pode ser vista atualmente nas reprises das novelas Tieta e Por Amor, ambas em exibição pelo canal Viva (TV paga). Entre os papéis marcantes, estão a secretária Rosali, da novela Chocolate Com Pimenta (Globo, 2003) e uma vampira em O Beijo do Vampiro (Globo, 2002), na qual contracenava com a irmã, Betty Gofman.

*Matéria publicada originalmente no site Feira Cultural  em 21/08/2017

Talk-Show de Lair Rennó Estreia em Belo Horizonte Nesta Sexta-Feira


Jornalista cantará com o músico Max Viana

Lair Rennó conta histórias e
canta com Max Viana
Divulgação
O jornalista mineiro Lair Rennó volta a Belo Horizonte para estrear o talk-show Olá, Lair! nesta sexta-feira, 25/8, às 21h, no Teatro Bradesco (Rua da Bahia, 2244, Lourdes – BH). No palco, Lair relembra algumas das muitas histórias que viu e viveu em sua carreira como jornalista.

Quando iniciou a carreira na TV, em 1997, Rennó era contratado da Rede Minas. De lá, migrou para a Globo Minas em 2000, apresentando vários telejornais da emissora até ir para a Globo News onde, durante três anos, cobriu diversos fatos nacionais e internacionais até mudar para o Encontro com Fátima Bernardes, onde faz reportagens e divide a apresentação do programa.

No talk-show, além de recontar algumas dessas histórias, Lair irá cantar, acompanhado do músico Max Viana, filho mais velho de Djavan.


As entradas custam R$70,00 (inteira) e a classificação é livre. Outras informações pelo telefone: (31) 3516-1360.


*Matéria publicada originalmente no site Feira Cultural em 21/08/2017

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Hitchcock Essencial: Sabotador



Alfred Hitchcock pode ser visto de relance, próximo a uma banca de revistas, aos 64 minutos do filme
Reprodução

Assim como em “Assassinato”, a trama de “Sabotador” começa com uma falsa acusação; a partir daí, um homem faz uma saga pelos EUA para provar sua inocência

            Robert Cummings estrela este filme já pertencente à fase americana de Alfred Hitchcock lançado em 1942. Durante a Segunda Guerra Mundial, Barry Kane (Cummings) trabalha em uma fábrica de aviões em Los Angeles e testemunha um incêndio no local. Um amigo de Barry, também funcionário da fábrica, tenta controlar o fogo quando é vítima de uma violenta explosão. Não demora muito para a perícia descobrir que o extintor usado havia sido sabotado: em vez de água, havia gasolina em seu interior. A explosão causa a morte do amigo de Kane e torna o rapaz o principal suspeito do crime.

            Disposto a provar sua inocência, Kane parte em uma jornada pelo país à procura de Frank Fry (Norman Lloyd), homem misterioso com quem havia cruzado mais cedo e de quem recebera o extintor fatal. A única pista que Kane dispõe para encontrar Frank é um envelope que ele pegara no refeitório, quando tivera seu encontro com o verdadeiro assassino.

            Paralelo a isso, a polícia e a imprensa passam a divulgar informações sobre Barry, que passa a ser visto como inimigo nº 01 do país. Em sua busca, o rapaz chega a uma casa praticamente isolada, onde vive um homem cego, que percebe o verdadeiro caráter de Barry. A partir daí, a neta deste homem, a jovem Pat Martin (Priscilla Lane) passa a acompanhá-lo – inicialmente, a contragosto – em sua busca por justiça.

 Barry Kane recebe a ajuda de um homem que vive isolado e acredita no caráter do rapaz
Universal/Divulgação

            Hitchcock reserva bons momentos ao espectador durante a projeção de Sabotador, mostrando um pouco da rotina da classe trabalhadora dos EUA, em contraponto à rotina da classe alta: no caminho de Barry Kane cruzam caminhoneiros, artistas de circo e milionários com suas mansões e propriedades gigantescas. Cada um, a seu modo, ajudará ou atrapalhará os planos do rapaz em provar sua inocência.

            Em um determinado momento, o rapaz fica muito perto de toda a verdade, mas como conseguir prová-la com o pouco poder que tem? A saga de Barry e Pat, que a essa altura já se apaixonara por ele, termina em Nova York, numa sequência eletrizante na Estátua da Liberdade.

A épica cena final, na Estátua da Liberdade
Universal/Divulgação

            Vale a pena se atentar para uma tomada especial exibida segundos antes: enquanto Fry pega um táxi rumo à estátua, um barco pode ser visto afundando. Alfred Hitchcock filmou o naufrágio do Normandie no píer de Nova York e usou as imagens em seu filme.

O naufrágio real do Normandie foi filmado por Hitchcock e usado no filme Sabotador, apesar do pedido da Marinha Americana para a cena ser excluída
Reprodução

            Em meio à Segunda Guerra Mundial as suspeitas do naufrágio recaíam sobre os nazistas; enquanto outras fontes sugeriam ser a máfia, pressionando assim o Governo dos EUA a contratá-la para se proteger do próprios nazistas. Independente de quem tenha realmente afundado o navio, o fato é que mostrar um naufrágio real em um filme poderia tornar a situação do país ainda mais delicada, em meio ao caos que imperava no mundo naquele ano. A Marinha Americana pediu que a cena fosse excluída, mas Hitchcock a manteve na edição final.

            O fato é que Sabotador consegue recriar o clima de paranoia coletiva muito comum em épocas de tensões extremas: o atentado a Pearl Harbor havia acontecido em dezembro de 1941, ainda quente na memória americana. Todo o enredo traz elementos de suspeita, mistério, desde a primeira cena, com direito ao vulto de um homem sobre um fundo branco. Enfim, Sabotador também pode ser considerado como um típico filme de espião, embora não se prenda somente a esse rótulo.

 
Robert Cummings e Priscilla Lane não foram as primeiras opções de Hitchcock para o filme, mas a força do estúdio prevaleceu sobre a escolha
Universal/Divulgação
            De acordo com o crítico Humberto Pereira da Silva, o próprio diretor ficou descontente com alguns rumos que o filme tomou: alguns pontos de sua liberdade criativa foram tolhidos, incluindo aí a escolha de atores. Cabe ressaltar, porém, que quando se trata em defesa da liberdade e da democracia, Sabotador continua como um dos filmes mais atuais do cinema hitchcockiano.

            Importante: Não confundi-lo com Sabotagem, também de Hitchcock, gravado em 1936, na Inglaterra.

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 Universal/Divulgação
Ficha Técnica:
Título Original: Saboteur
Ano de Produção: 1942
País de Produção: EUA
Roteiro Original: Peter Viertel
                               Jon Harrison
                               Dorothy Parker
Assistente de Direção: Fred Frank
Direção de Arte: Jack Otterson
Direção de Som: Bernard B. Brown
Edição: Otto Ludwig
Elenco: Robert Cummings – Barry Kane
              Priscilla Lane – Pat Martin
              Otto Kruger – Tobin
              Alan Baxter – Freeman
              Clem Bevans – Neilson
              Norman Lloyd – Fry
              Alma Kruger – Sra. Sutton
              Vaughan Glazer – Sr. Miller
              Dorothy Peterson – Sra. Mason

Situação: Disponível em DVD e BD pela distribuidora Universal. Também em BD no box Hitchcock – A Obra Prima, pela distribuidora Universal.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Hitchcock Essencial: Assassinato

Hitchcock faz sua aparição (no canto esquerdo da imagem) em “Assassinato”
Reprodução

Filme lançado em 1930 inova ao apostar no som para ajudar a contar a história; trama foi refilmada pelo próprio Hitchcock, no mesmo ano, na Alemanha

Agosto é um mês especial para os cinéfilos: há 118 anos, no dia 13 desse mês, nascia em Londres o cineasta que mais tarde ficaria conhecido como o Mestre do Suspense: Alfred Hitchcock. Mas Hitchcock foi mais: inovador, criou novas possibilidades para o cinema, seja no campo tecnológico, da narrativa, da edição e montagem ou do uso da trilha. A partir de hoje, o site Blog APS fará uma retrospectiva com treze filmes do diretor. Embora seja uma amostra pequena da vasta filmografia hitchcockiana, que conta com mais de 50 obras, os filmes escolhidos exploram as várias facetas do diretor ao longo dos anos.

Para começar, um dos filmes mais emblemáticos do começo da carreira de Hitchcock: Assassinato (Murder!). O filme foi produzido ainda na fase inglesa do diretor, em 1930.

Embora conhecido por clássicos como Psicose (1960), Os Pássaros (1963) entre outros, o começo da carreira de Hitchcock é um dos seus períodos mais férteis. Os registros mostram que em 1927, por exemplo, Alfred Hitchcock produziu três longas: O Ringue, Downhill e Vida Fácil. O mesmo aconteceria em 1929. Esse ritmo de dois a três filmes por ano continuaria até 1941, já na fase americana do diretor.

Assassinato não foi o primeiro filme falado do diretor. O fato aconteceu com a produção do ano anterior Chantagem e Confissão, mas vários especialistas concordam que foi em Assassinato, que Hitchcock pôde explorar toda a potencialidade do cinema falado disponível naquele começo de década.

Já nos créditos iniciais, a 5ª Sinfonia de Beethoven pode ser ouvida, conferindo ao filme o ar de mistério que ele precisava. Com uma abertura curta (cerca de 80 segundos), o filme começa com um relógio. O plano muda para uma pequena vila. Um grito corta a noite, seguido de um gato passando próximo a um muro e latidos de cães tomam que tomam conta da cena, enquanto pessoas saem às janelas de suas respectivas casas.

Alarmadas, elas seguem até uma pensão, na qual se hospeda a atriz Diana Baring (Norah Baring). Lá, todos veem a jovem paralisada diante do cadáver da também atriz Edna Durce. Como as duas não se davam bem, e Diana era a única presente no momento do crime, a suspeita do assassinato recai sobre ela, que é levada ao júri e condenada. Um dos jurados, porém, começa a suspeitar de que ela é inocente e passa a fazer uma investigação paralela, para tentar salvar a moça da execução.
Diana, catatônica, observa o corpo de sua colega de cena
Reprodução

        Além da 5ª Sinfonia, Tristão e Isolda, de Wagner, pode ser ouvida em alguns momentos cruciais da trama. Hitchcock adaptou Assassinato da peça teatral Enter, Sir John, de Clemence Dane e Helen Simpson. Para a adaptação, ele contou com a colaboração de Walter Mycroft.

No mesmo ano em que produziu Assassinato na Inglaterra, o cineasta viajou para a Alemanha para trabalhar na versão local do filme, que ganhou o título de Mary. Cerca de 26 minutos menor que o original, Mary deixa de lado aspectos importantes presentes na versão inglesa.
Os jurados se reúnem para analisar o caso
Reprodução

Assassinato foi tido pelo próprio Hitchcock como seu primeiro e único whodunit, expressão que significa “quem fez isso?” ou, em outras palavras, o famoso “quem matou?”, artifício comum em romances policiais. O filme tem ainda a famosa aparição do diretor, um hábito que começara em O Inquilino Sinistro e se estenderia até sua última obra. No longa, é possível ver o diretor caminhando apressado por volta dos 60 minutos de filme. Vale a pena se atentar também para o homossexualismo velado em um dos personagens. O diretor voltaria ao tema em produções como Festim Diabólico e Psicose.

Por fim, Assassinato é um dos primeiros filmes de Hitchcock a espalhar “pistas”, de modo que o público se sente “preso” à história e tenta decifrar, junto aos personagens, os enigmas da trama. O drama e o suspense crescem conforme a história avança, gerando o clímax, quando a identidade e o motivo do assassino são revelados, a menos de cinco minutos do fim.
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Capa do filme
Continental/Divulgação















Ficha Técnica:
Título Original: Murder!
Ano de Produção: 1930
País de Produção: Inglaterra
Inspirado na peça: Enter, Sir. John
Adaptado por: Alfred Hitchcock e Walter Mycroft
Assistente de Direção: Frank Mills
Direção de Arte: J. F. Mead
Cenário: Alma Reville
Som: Cecil V. Thornton
Edição: Rene Marrison sob a supervisão de Emile de Ruelle
Elenco: Herbert Marshall – Sir. John Menier
              Norah Baring – Diana Baring
              Phyllis Konstam – Doucie Markham
              Edawrd Chapman – Ted Marcham
              Miles Mander – Gordon Druce
              Esme Percy – Handel Fane
              Donald Calthrop – Ion Stewart

Situação: Disponível em DVD pela distribuidora Continental