O
DER TENTOU COPIAR A BH TRANS...
...
E FALHOU MISERAVELMENTE
Antônio Pedro de
Souza
A
BHTRANS (empresa que cuida do trânsito em Belo Horizonte) não é uma boa
empresa. Longe disso. Possui falhas como qualquer outra. Mas ao compararmos
algumas ações tomadas pela autarquia belo-horizontina e sua “similar” que atua
na região metropolitana da capital, podemos ver claramente a competência de uma
e a incompetência da outra. O DER (Departamento de Estradas de Rodagem) que
atua na Região Metropolitana de Belo Horizonte vêm falhando cada vez mais com a
população. E a tendência é piorar.
No
fim da década de 1990, a BHTrans instalou o sistema de Estações Rodoviárias em
Belo Horizonte. O sistema começou falho, mas com o tempo mostrou maturidade e
hoje, podemos dizer que é um bom exemplo de transporte público. Um passo dado
no escuro foi o MOVE, mas o sistema têm amadurecido nos últimos meses e mostra
uma leve melhora. Quanto às estações, o grande acerto foi a chamada integração
das passagens: se você pega um ônibus circular (bairro – estação), você paga
uma parte da passagem. Na estação, caso você pegue o ônibus para um outro
bairro, não há acréscimo. Caso pegue o ônibus para o Centro de BH, o passageiro
apenas paga um complemento da tarifa. Nota: A integração pode ser feita através
do cartão BHBUS ou de dinheiro. NÃO HÁ DIFERENÇA.
Com
o DER a história é totalmente diferente. A integração existe, mas apenas para
quem usa o cartão ÓTIMO (o “concorrente” do BHBUS). Caso o passageiro não tenha
o “Ótimo” deve pagar duas passagens para correr a mesma distância em que, antes
das estações, pagava somente uma.
Outro
ponto negativo nas estações do DER é que a integração só ocorre com os ônibus
circulares/MOVE e vice-versa. Caso você pegue um circular até a estação e
precise de outro circular, desembolsa mais uma passagem na íntegra.
Na
prática, é mais caro se deslocar dentro de Vespasiano, por exemplo, do que de
Vespasiano para Belo Horizonte. Veja o caso a seguir: Caso o passageiro pegue a
linha 5715 (Gávea II – Terminal Morro Alto) e utilize o cartão Ótimo, ele vai
pagar R$3,95 no circular e, ao chegar à estação, paga R$0,20 para pegar o MOVE
que o levará a Belo Horizonte, totalizando R$4,15. Na volta, o mesmo ocorre.
Assim, ele terá gastado R$8,30 para ir e voltar de Vespasiano a Belo Horizonte.
Agora, caso o usuário pegue a linha 5715 até a estação (pagando R$3,95) e, ao
chegar lá, precise pegar outro circular até o bairro Nova York (ainda em
Vespasiano) pagará neste segundo ônibus mais R$3,95. Na volta, o mesmo ocorre.
Assim, o usuário terá desembolsado R$15,80 para simplesmente circular dentro de
Vespasiano!
A
situação piora caso o passageiro não tenha o cartão Ótimo, já que, neste caso,
cada ônibus que ele pegar (independente de ser circular ou MOVE) desembolsará R$4,15
cada vez que girar a roleta.
Para
quem mora nas cidades de Pedro Leopoldo, São José da Lapa e Lagoa Santa, o caso
é ainda mais grave, já que as tarifas são maiores.
Isto
mostra um total despreparo do Governo do Estado, dos prefeitos dos municípios
envolvidos e, claro, da direção do DER, que se mostram interessados em lucros
desonestos em cima da luta de trabalhadores e estudantes que utilizam o
transporte público diariamente.
A
solução é fácil, já que basta adequar o layout das estações e os computadores
das catracas para que as integrações ocorressem de maneira honesta e não da
forma abusiva como ocorre hoje.
O
que a BHTrans fez há quase vinte anos, o DER tentou imitar e falhou
miseravelmente.
Agora,
um ponto negativo tanto para a empresa de BH quanto para a da Região
Metropolitana: tudo bem que são empresas diferentes, mas... por que não
unificar os cartões BHBUS e ÓTIMO? A maior parte das pessoas que utilizam um,
utilizam também o outro. Seria uma maneira inteligente e até econômica. E não
só para os usuários, mas para as empresas que, muitas vezes pagam a passagem de
seus funcionários e são clientes fieis da BHTRANS e do DER.
Facilitaria
a vida de todos, mas não é isso que políticos corruptos querem, não é mesmo?