quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O NATAL SEGUNDO A LEI DE MURPHY

O texto a seguir foi escrito como parte de uma avaliação da disciplina Jornalismo Especializado I, no 4º período do curso de Jornalismo da Faculdade Pitágoras de Belo Horizonte.




O NATAL SEGUNDO A LEI DE MURPHY
            Antônio Pedro de Souza
           
            Quando pensamos em produções cinematográficas voltadas para a família, muita gente se lembra de uma comédia clássica do começo dos anos 90. O mais curioso é que “Esqueceram de Mim” (Home Alone – EUA – 1990) é uma típica comédia familiar sem a família!
            Estrelado pela sensação daquela década, o menino Macaulay Culkin, o filme traz, a quem o assiste hoje, uma sensação de nostalgia e alegria típicas da época natalina. Na época, as câmeras do diretor Chris Columbus captaram muito mais que as armadilhas do pequeno Kevin, elas captaram a essência gostosa de uma época há muito passada.
            Lançado nos cinemas em 20 de dezembro de 1990, portanto, a apenas cinco dias do Natal, o longa conta a história do já citado Kevin McCallister, que vive com sua família em um bairro sossegado de Chicago. Com a aproximação do Natal, a residência dos McCallister se transforma em um pandemônio, já que pai, mãe e três filhos (Kevin é o mais novo) têm que dividir espaço com diversos parentes. Todos se preparam para uma grande viagem em família: o irmão de Peter (pai de Kevin) está morando na França a um ano e, como seus filhos continuaram nos EUA, ele resolveu pagar a viagem para toda a família.
            A confusão se instaura totalmente na véspera da viagem e, por mais que os personagens se esforcem, a “Lei de Murphy” prevalece, fazendo com que tudo dê deliciosamente errado, para desespero dos McCallister e deleite dos espetadores.
            Depois de uma briga generalizada, sobra para Kevin, o menor de todos, a soma das culpas. Revoltado com a família, ele deseja ardentemente não ter mais parentes e, em seguida, vai dormir.
            A Lei de Murphy age mais uma vez e o rompimento de um cabo de energia à noite faz com que a família perca a hora na manhã seguinte. Aflitos com a possível perca do voo, os McCallister partem em disparada sem perceber que estão deixando para trás seu bem mais precioso: o pequeno Kevin, que dormira no sótão da casa.
            No meio do voo, em uma das cenas mais marcantes do filme, Kate (mãe de Kevin) tem um sobressalto ao lembrar do filho e entra em desespero. A cena é um misto de comédia e drama e, por si só, vale o filme inteiro. O espectador fica preso entre o riso e o choro e, mesmo quem já viu o longa diversas vezes, fica sem ação neste momento.
            A partir daí, o filme se desenvolve em duas tramas paralelas: a primeira e mais importante é a de Kevin tentando sobreviver sozinho em casa (daí o nome do filme em inglês: “Home Alone”), a segunda é a luta, principalmente de Kate, de tentar voltar para casa para rever um filho.
            E é a partir daí que a Lei de Murphy citada no título desta crítica se faz valer com toda a força: para piorar a situação de Kevin que, cá pra nós, já não era tão boa, dois ladrões começam a rondar a vizinhança e decidem que a Residência McCallister será o próximo alvo.
            Chris Columbus soube medir bem os momentos de drama, recheados com a comédia beirando o pastelão, tão comum em seus filmes. Com roteiro de John Hughes, música de John Willians e montagem de Raja Gosnell, o longa fez tanto sucesso que ganhou as sequências “Esqueceram de Mim 2 – perdido em Nova York”, “Esqueceram de Mim 3”, Esqueceram de Mim 4” e, em 2013, “Esqueceram de Mim 5”. Em todos os filmes – embora o “esquecimento” se refira aos dois primeiros filmes, predomina o período natalino, sendo que apenas a “parte 3” se passa na semana pós-ano-novo, mas ainda em clima de festa.
            O filme apresenta ainda bons efeitos visuais/especiais, como a tomada de Kevin descendo a escada de trenó e caindo em cheio na neve, além das várias cenas dos ladrões apanhando, caindo, pegando fogo, etc, etc, etc.
            A trilha Sonora também é agradável aos ouvidos, já que evoca canções natalinas e clássicos do cinema.
            Por fim, “Esquceram de Mim” é um daqueles filmes que valem a penas ser vistos apenas pelo prazer de se distrair e relaxar. De brinde, ainda traz uma mensagem sobre a união familiar e, para os que, assim como eu, gostam, traz à  lembrança Natais Inesquecíveis.
            Não à toa, ele é sempre reprisado na tv (aberta e paga) no mês de dezembro, além de ser encontrado mais facilmente no comércio varejista nesta época do ano.
            Seja com toda a família ou “sozinho em casa”, “Esqueceram de Mim” é um filme que vale a pena ser revisto – sempre!
           
NOTA: 10/10
FICHA TÉCNICA:
Gênero: Comédia
Direção: Chris Columbus
Roteiro: John Hughes
Elenco: Catherine O'Hara, Daniel Stern, Joe Pesci, John Candy, John Heard, Macaulay Culkin, Roberts Blossom
Produção: John Hudges
Fotografia: Julio Macat
Trilha Sonora: John Williams
Duração: 105 min.
Ano: 1990
País: Estados Unidos

Cor: Colorido