quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Parabéns, Grupo Balo de Comunicação


Fico feliz em ter feito parte desta história
            A quarta-feira, 1º de fevereiro, foi marcada pelo 4º aniversário do Grupo Balo de Comunicação ou, simplesmente, GBC. A empresa atua forte na área de assessoria de imprensa, com diversos trabalhos em Minas Gerais e até em outros estados.
            Como ex-funcionário, gostaria de cumprimentar o diretor e um dos fundadores do GBC, o jornalista Heberton Lopes, que apostou todas as suas fichas em um “sonho louco” que deu certo!
            Da minha época como “ante-sub-pré-assessor de imprensa” recordo eventos memoráveis como as duas primeiras edições do Festival Brasil Sertanejo, o Camarote Belô e um monte de shows das duplas Henrique & Juliano, Zé Neto & Cristiano, Victor & Fabiano e Pedro & Buno. Nós trabalhamos em tantos shows desses caras que tenho decoradas as letras das músicas até hoje!
            Tiveram ainda o Juiz de Fora Jazz Festival e o Festival Bem Sertanejo, este último em Taubaté-SP.
            Peças de teatro, lançamentos de livros e musicais foram “toneladas”! Cito apenas para ressaltar a importância da empresa no cenário da comunicação e da cultura em Minas e no Brasil.
            Heberton, um grande abraço e muito sucesso para você e para o sempre querido Grupo Balo de Comunicação!

             

            

Celular: Preciso Mesmo?

Caixa do meu primeiro celular, um NOKIA 5120i

Uma rápida análise sobre o real uso do telefone móvel
            Há um ano aconteceu um fato que mudou um pouco minha vida: em 18 de janeiro de 2016, ao iniciar as minhas férias, resolvi me ausentar das redes sociais. Deixei em off o Facebook, a caixa de e-mail, o YouTube e até o celular. Confesso que essa prática vinha se tornando comum nas minhas últimas férias. Era uma forma de “dar um tempo” a toda essa loucura tecnológica a que temos acesso diariamente.
            Dias depois, às vésperas de voltar ao trabalho, recebi uma proposta para um freelancer no pré-carnaval belo-horizontino. Embora ainda estivesse com o celular desligado, resolvi levá-lo para o caso de alguma emergência. A última vez que o vi foi quando o coloquei no bolso da mochila daquele começo da tarde de sábado, 30 de janeiro de 2016.
            Durante um dos quatro eventos em que cobri aquele dia o celular foi furtado. Ao voltar para casa, tomei uma decisão: ver quanto tempo ficaria sem comprar um celular novo. Confesso que já havia pensado em abandonar o aparelho várias vezes, mas nunca o fazia por comodidade. Depois que ele foi furtado, decidi não comprar outro e refazer todo o trajeto desde o meu primeiro telefone para ter certeza de que não precisaria mesmo de um novo.
            Ganhei meu primeiro celular aos 12 anos de idade, em 2001. Foi presente de aniversário. Na época, a moda de adolescente ter celular ainda estava bem no começo e acredito que fui um dos precursores neste hábito infernal. Os tempos eram outros, porém. Ainda não tínhamos telefone fixo, já que a Telemar ainda engatinhava no serviço de telefonia aqui na minha cidade e precisávamos manter contato com os parentes distantes: a família da minha mãe mora em outra cidade e a do meu pai em outro estado. O celular acabou sendo uma boa opção para nos “aproximar”. O modelo era ultramoderno para a época: um Nokia 5120i (moderno em todos os sentidos: mandava e recebia mensagens, tinha o “jogo da cobrinha, entre outras funções). Foi talvez o único celular do qual eu realmente tenha gostado e, longe de “amar” bens materiais, mas ainda guardo a caixa original e o aparelho, que usei até 2008, quando as operadoras passaram a habilitar apenas aparelhos com chip.
            Mesmo assim, nos últimos anos, já tinha vontade de não ter um celular, de modo que, entre 2007 e 2009 fiquei algumas vezes fora do ar. Depois, tive alguns aparelhos no decorrer dos anos.
            Em meados de 2015 adquiri um aparelho moderno, que me dava acesso ao Instagram, WhatsApp e outras maravilhas da atualidade e... bem, foi aí que minha birra com celular cresceu de vez! A cada minuto, um novo “bip” anunciava uma nova “mensagem superimportante” no grupo da família, ou me avisava que “alguém curtiu aquela sua foto totalmente sem graça” no aplicativo ou outras trezentas porcarias como essas. Enfim, cansei.
            Um dos “clímax” da minha chateação foi quando, a caminho da faculdade e trocando mensagens realmente importantes com o pessoal do serviço, uma onda de mensagens sem importância invadiu meu whatsapp e me fez gastar meus créditos à toa. Depois de colocar uma nova recarga, saí do “grupo da família” (um caso que causa falatório até hoje). Meses depois, resolvi desistir de vez do Whatsapp e do Instagram.
            É claro que sempre me diziam: “mas você vai precisar se comunicar”... “como alguém vai fazer para falar com você?”, entre outros argumentos que duraram até o fatídico dia em que o celular foi furtado. E foi esse furto que me fez repensar: até que ponto, realmente, precisamos de um celular? Não estou julgando as pessoas que usam o aparelho para trabalho – nesse ponto ele é importante mesmo. Mas,  e a partir do ponto em que ele passa a atrapalhar nossa vida pessoal e até mesmo profissional?
            Dois meses depois de ter ganhado meu primeiro aparelho, passei mal e fui internado com suspeita de apendicite. Naquela ocasião, o aparelho foi importante para passar aos parentes notícias sobre meu estado de saúde. Cerca de um mês depois de ter saído do hospital, nosso telefone fixo foi instalado e o celular entrou numa era de ostracismo que da qual só sairia em 2007 quando eu comecei no meu primeiro emprego e na faculdade – e exatamente quando comecei a ficar de saco cheio desses aparelhos.
            A partir daí, toda vez que eu tentava ficar sem o celular, aparecia alguém para me dizer: “mas você vai precisar, alguém vai precisar entrar em contato com você”. E foi então que comecei a perceber que não era bem assim. Em 2007, um amigo meu sofreu um acidente no centro de Belo Horizonte e eu estava na região. Recebi a notícia horas depois, quando cheguei em casa, porque era “forte demais” para ser dada por telefone. Em 2015, um colega de trabalho se acidentou e eu recebi a notícia horas depois porque “não era preciso tê-la dado por telefone”. Parentes, amigos e conhecidos foram internados, ganharam bebês, faleceram e eu só recebi a notícia pessoalmente ou por telefone fixo porque “não era bem a notícia para se dar por um celular”. Bem, então, “qual era a notícia para se dar por celular”?
            “Mas celular é importante para alguém entrar em contato” – diziam todos – mas, quando precisavam entrar em contato, não me contatavam pelo aparelho ou porque a notícia era “importante demais” ou “sem grande importância”...
            Passei então a diminuir o uso do telefone móvel gradativamente: assim, aos poucos, eu me desapegava e as pessoas não estranhariam o fato quando eu o largasse de vez. Com isso, fins de semana e feriados significavam “dias sem celular”. Trechos de férias também entravam nessa onda “desconectada”. Estava em um desses períodos, quando fui furtado em 30 de janeiro de 2016 – a apenas 1 dia de voltar a ligar o aparelho. Foi quando tomei a decisão: quanto tempo consigo ficar sem um celular novo?
            Pois bem, depois de ser chamado de louco e até de irresponsável por algumas pessoas (sim! “Você não vai conseguir trabalhar ou namorar ou ter contato com ninguém sem um celular” – disseram isso mesmo), completo um ano sem o telefone móvel. Nesse tempo, pessoas morreram, nasceram casaram, se acidentaram e... “Oh! Meu Deus! Como recebi tais notícias?” Pelo telefone fixo, e-mail ou pessoalmente, já que todas eram “importantes demais” para serem dadas por um celular!
            Continuo conectado com o mundo, continuo convivendo com as pessoas e me relacionando – profissional e pessoalmente. Não digo que nunca mais terei um celular. Pode ser que daqui a um dia compre outro e reinstale tudo: do Whatsapp ao Pókemon Go. Pode ser que fique mais uma semana, um mês, um ano ou uma década sem. Não sei ao certo. Quem poderia dizer? O que posso dizer é que, após um ano sem celular, vou muito bem, obrigado!
            E continuo refletindo: até que ponto realmente precisamos de certas coisas e a partir de ponto nos tornamos dependentes delas?
            Até a próxima.
APS

02/02/2017