Títulos que marcaram época na TV estão no ar ou voltarão em breve |
Novelas
icônicas da TV brasileira voltam à cena em 2017
É
estranho começar uma matéria falando bem de reprises quando, no texto publicado
anteriormente, eu criticava justamente a velocidade de refilmagens cinematográficas.
No entanto, como o presente artigo não é sobre cinema e menos ainda sobre refilmagens,
sigamos com o que o título nos propõe: estamos diante de uma das melhores safras
de reprises de todos os tempos na TV brasileira.
Fã
de novelas desde a infância, acompanho as tramas inéditas e as reprises em
diversas emissoras há quase três décadas. Desde 2011 acompanho também, com
certa regularidade, as obras exibidas pelo canal Viva (pertencente ao grupo
Globo e que reexibe alguns de seus principais programas).
Pois
bem, o que teremos, nos próximos meses, é a feliz coincidência de títulos de
alta qualidade exibidos simultaneamente em vários canais. Alguns já começaram,
outros estrearão em breve.
Na
Record, entre inéditas bíblicas e
reprises “contemporâneas” à tarde, um título merece destaque: “Escrava Isaura”, exibida originalmente
entre 2004 e 2005, é reexibida na faixa das sete da noite. A novela traz a atriz
Bianca Rinaldi no papel título e alguns atores que estiveram na versão da
Globo, na década de 1970. O enredo, a direção, a trilha sonora e a fotografia
valem cada capítulo.
No
SBT, o que impera são as tramas
infanto-juvenis. E no quesito reprise, está em cartaz a refilmagem de Chiquititas. Tudo bem que o remake da
versão brasileira, que por sua vez é um remake da versão mexicana, não teve o
mesmo impacto dos anos 90, mas, ainda assim, atende os anseios do seu
público-alvo: tanto que teve 545 capítulos, ficando no ar entre 2013 e 2015. A
história é leve, divertida, e tem os apelos necessários da idade.
Na
Globo, os últimos capítulos do
sucesso “Cheias de Charme” são
exibidos ao mesmo tempo em que os primeiros de “Senhora do Destino” se desenrolam. Tanto a trama de 2012 quanto a
de 2004 tornaram-se icônicas para a sua época e agora, com o advento das redes
sociais, estão causando um verdadeiro frenesi de comentários e compartilhamentos
todas as tardes.
O
já citado canal Viva está no ar com
três novelas totalmente diferentes, mas igualmente importantes para a história
da TV: “Pai Herói”, da década de
1970, de Janete Clair; “A Gata Comeu”,
dos anos 80, de Ivani Ribeiro (coincidentemente, outro “remake”) e “Torre de Babel”, de Sílvio de Abreu, da
década de 1990.
Como
as novelas acabam ainda no primeiro semestre, o Viva já divulgou duas de suas
novas exibições: “Tieta”, de
Aguinaldo Silva, o mesmo de “Senhora do
Destino”, assume a faixa de “A Gata
Comeu” e “Por Amor”, de Manoel
Carlos, assume o lugar de “Pai Herói”.
Enquanto o anúncio da primeira foi recebido com entusiasmo, a reprise de “Por Amor” dividiu opiniões, já que a
trama já fora exibida no canal em 2010. A explicação do Viva para uma nova
exibição da novela se dá pelo número de assinantes, que aumentou
consideravelmente em sete anos (a maioria dos que assistem ao Viva agora não
tinham acesso ao canal sete anos atrás) e a distância entre esta reprise e sua
última exibição na TV aberta: a obra foi cartaz do “Vale a Pena Ver de Novo” em 2002, ou seja, quinze anos atrás. A
emissora ainda não divulgou sua terceira novela, que ocupará o lugar de “Torre de Babel”.
E,
no fim, uma agradável surpresa: a TV
Aparecida, que diversificou sua programação, resolveu apostar no formato
das novelas para ampliar seu público e, para alegria dos fãs saudosistas e num
acordo inédito feito com a Globo, exibirá, a partir de 17 de abril, “A Padroeira”, novela de 2001 que
reconta a história do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida e os
primeiros milagres, que deram origem à história de fé que completa 300 anos
este ano.
Embora
tenha o apelo católico, a novela começou tendo uma audiência fraca em 2001, mas
após algumas alterações, teve fôlego suficiente para ser, inclusive, esticada,
já que sua sucessora, “Coração de
Estudante” estava com a produção atrasada.
Enfim,
de novelas religiosas à tramas infantis, de cenas picantes à dramas éticos, de
sucessos pop à vilãs memoráveis, estamos diante de um raro efeito na TV
brasileira: enquanto as tramas inéditas penam para satisfazer o público e,
muitas vezes pecam pela falta de uma boa história, um arsenal de reprises
perfeitas começa a se desenrolar nas nossas telas...
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