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Eventos
com destaque internacional têm sofrido com erros grotescos
Miss
Universo, Oscar e agora o Carnaval! Parece um dejá vu, uma sessão do “Vale a
Pena Ver de Novo”, mas não é. O que tem acontecido em eventos de grande porte e
com visibilidade internacional são erros grotescos que põem em xeque a
credibilidade e mancham a beleza de tais festas.
Alguns
anos atrás uma confusão na entrega do Miss Universo premiou a modelo errada.
Segundos depois, desfeito o engano, criou-se o constrangimento: a modelo
perdera sua coroa e tivera seu brio ferido em frente de milhões de olhos que a
acompanhavam de várias partes do mundo.
Em
fevereiro deste ano , algo semelhante aconteceu: na hora da entrega do prêmio
máximo do Oscar 2017 – o de Melhor Filme, um envelope errado foi dado aos
atores que proclamariam o vencedor. Resultado: “La La Land – Cantando Estações”
foi declarado campeão. Minutos depois, veio a correção: “Moonlight” havia
levado o prêmio.
No
mesmo fim de semana em que o Oscar acontecia nos EUA, as Escolas de Samba do
Rio de Janeiro mostravam sua beleza na avenida. O evento, mais que consolidado
no calendário cultural do país, também atrai olhares de fora do Brasil e chegou
a dividir a atenção com o Oscar quando alguns acidentes deixaram pessoas
feridas durante a festa.
Passado
o susto inicial, a Liga das Escolas disse que, devido aos tristes fatos
ocorridos nas duas noites de desfiles, nenhuma escola seria rebaixada este ano.
Na quarta-feira de Cinzas, como de costume, houve a apuração das notas. Duas
escolas se destacaram até o último voto quando, então, a Portela ultrapassou a
Mocidade por 1 décimo. Isso mesmo: 0,1 ponto definiu a campeã dos Desfiles 2017.
Pouco
depois, a exemplo do Oscar e da Miss Universo, um erro foi constatado: um
jurado havia se baseado em uma regra antiga, não mais aplicada, para avaliar o
desfile da Mocidade. Por essa avaliação equivocada, a Mocidade perdeu um décimo
– justamente o décimo que consagrara a Portela campeã.
Verificado
o erro, foi dada à Mocidade a possibilidade de recorrer do resultado. O
resultado foi divulgado nesta quarta-feira, 5 de abril: a Mocidade e a Portela
foram consagradas campeãs: empate no Carnaval 2017.
O
que se discute aqui não é o mérito do empate ou que escola merecia mais. Na
verdade, considero mais justo este empate do que apenas uma das duas escolas se
sagrar campeã. O que observo aqui são os erros, grotescos, que vêm acometendo
esses eventos de grande porte.
São
erros tão bobos a princípio, mas que desencadeiam uma reação imprevisível de
negatividade e mancha a credibilidade e a beleza dos eventos.
Percebe-se
que, nos três casos, houve desatenção dos envolvidos. E não digo desatenção dos
apresentadores, mas de quem esteve por trás, nos bastidores de cada evento.
Envelopes que foram entregues errados e não observância dos critérios de
avaliação foram falhas de pessoas que foram pagas justamente para fazer esse
serviço. Em 2016, um fato semelhante ocorreu no Carnaval de São Paulo. Na
ocasião, alguns jurados “esqueceram” de dar notas às escolas.
O
raciocínio é simples: você é chamado para julgar um desfile. Você vai a esse
desfile. Por que você não julgou esse desfile? Não era essa a sua função
naquela noite?
Faltam
atenção e responsabilidade. Faltam compromisso e profissionalismo...
E
assim, de pequenos erros em pequenos erros vemos, aos poucos, acabar-se a
beleza de grandes eventos.
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